O governo italiano apresentou à União Europeia nesta semana os planos de relançamento da Alitalia, companhia aérea de bandeira do país e que está em grave crise financeira. O grupo que estuda uma solução para a deficitária empresa, formado por membros do Ministério da Economia, interventores e assessores, definiu que a “nova Alitalia” será menor, com no máximo 70 aviões, comparado aos mais de 110 atuais.
O novo plano é mais agressivo que o anterior, que previa uma frota de 93 aeronaves, mas que foi rejeitado pela Comissão Europeia por não levar em conta o panorama do setor aéreo após a crise do Covid-19, que mostra uma demanda 40% menor do que antes.
O ponto mais polêmico da proposta envolve os funcionários. A nova companhia aérea deve absorver apenas 6.500 dos mais de 10.000 pessoas empregadas, que seriam recontratadas em termos diferentes.
A reunião, ocorrida em Bruxelas na segunda-feira, foi apenas o ponto de partida em novas negociações até a aprovação do plano. O receio da União Europeia é que após receber luz verde, o projeto sofra modificações para “torná-lo socialmente mais aceitável aos italianos”.
Segundo o governo italiano, o objetivo é que a nova Alitalia comece a operar entre outubro e novembro deste ano, considerado estratégico para que a empresa possa se preparar para o verão de 2021, época de maior faturamento no transporte aéreo na Europa.
Renascida das cinzas mais uma vez
Se o plano for consumado, será o segundo renascimento da marca Alitalia. Em janeiro de 2009, a “nova” Alitalia começou a voar após a empresa aérea original entrar em concordata com a meta de manter viva a denominação criada em 1946, mas não demorou para que também passasse a ter prejuízos enormes nos anos seguintes.
Enquanto isso, a atual companhia aérea tenta retomar frequências após a pandemia ter afetado fortemente a Itália. A direção da empresa no Brasil, inclusive, revelou nesta quinta-feira, 23, que os voos para São Paulo e Rio deverão voltar a ser operados em outubro e não mais em setembro. Os detalhes desses voos ainda serão divulgados oportunamente, afirmou a Alitalia.
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