A nova companhia aérea chegou à América do Sul com a meta de popularizar o transporte aéreo e para isso estreou com jatos Airbus A320 de segunda mão, mas com planos de contar com uma frota numerosa do modelo. A empresa, que conta com o apoio do governo federal, realizou um voo comemorativo na semana passada e agora se prepara para colocar sua malha inicial em operação.
Se a descrição acima pareceu familiar com a desastrosa experiência da Itapemirim Transportes Aéreos, que deixou de voar menos de seis meses após sua estreia em 2021, vale dizer que há muitas diferenças.
A tal estreante, Ultra Air, é uma low cost da Colômbia, iniciativa do empresário William Shaw, que tem na bagagem a bem sucedida companhia aérea Viva Air em vez de uma coleção de empresas em recuperação judicial.
A nova companhia aérea fez um evento de lançamento na sexta-feira, 18 de fevereiro, em sua base na cidade de Medellin, e dará início ao serviço comercial nesta quarta-feira, 23.
Por enquanto, a Ultra Air conta com três jatos Airbus A320 e pretende contar com uma frota de cinco aeronaves do modelo nos próximos meses. Shaw, porém, planeja chegar a 40 A320 no futuro além de gerar 36.000 empregos diretos e indiretos.
Para dar início ao projeto, a empresa está investindo US$ 30 milhões, além de contar com um incentivo do governo da Colômbia, parte de um programa de “megainvestimento” que abate valores pagos com imposto de renda.
O CEO da Ultra Air se apoia no sucesso da Viva Air, empresa lançada em 2012 quando a Colômbia tinha um movimento anual de apenas 12 milhões de passageiros e tempos depois mais do que dobrou esse volume, para 27 milhões de passageiros por ano.
Com tarifa média das passagens aéreas 20% mais em conta, a meta é fazer com que 50 milhões de passageiros utilizem o transporte aéreo em seus deslocamentos daqui a alguns anos.
Se ela terá sucesso na empreitada é cedo para dizer, mas é mais justo comparar a Ultra Air com projetos mais sólidos como as empresas chilenas Sky e JetSmart do que com a triste aventura da ITA brasileira.