O governo da Nigéria está prestes a iniciar as operações de uma nova companhia aérea estatal, a Nigeria Air, que substituirá a Air Nigeria, falida em 2012.
A empresa aérea de bandeira, que terá como sócia a Ethiopian Airlines, deve começar a voar com três jatos 737-800 enquanto não fecha um pedido com a Airbus ou Boeing.
Mas as opções analisadas pela Nigeria Air não se resumem às duas gigantes. Segundo Hadi Sirika, ministro da Aviação, o jato comercial chinês C919 também é considerado.
“A China e a Nigéria têm uma relação mutuamente benéfica muito calorosa e amigável”, disse o ministro à Reuters durante a Assembleia anual da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional).
O C919 acaba de receber a certificação de tipo da CAAC, a autoridade de aviação civil chinesa, após um longo período de desenvolvimento. Por enquanto, há apenas cinco pedidos firmes da China Eastern Airlines, mas é esperado que a maior parte das 815 cartas de intenção assinadas comece a ser convertida em encomendas reais.
A questão é que o C919 deve ser uma aeronave essencialmente utilizada na China por conta das dificuldades para certificá-la fora do país. A EASA, agência europeia de aviação civil, iniciou os procedimentos para aprová-la para voar na Europa, porém, um prazo para que isso ocorra é desconhecido.
Com até 168 assentos, o C919 é um concorrente direto do Airbus A320 e do Boeing 737, porém, é uma aeronave de tecnologia e desempenho considerados inferiores. A vantagem, por outro lado, seria o preço, bem mais em conta que seus rivais ocidentais.
Até agora, o único cliente da aeronave da fabricante COMAC fora da China é a empresa de leasing GECAS.