Durante a coletiva de imprensa da Embraer que marcou a entrega do primeiro E195-E2 para a Azul Linhas Aéreas, o presidente do Conselho de Administração e fundador da companhia aérea brasileira, David Neeleman, revelou uma informação bastante curiosa. Sócio de várias outras empresas, Neeleman está preparando a estreia da sua nova companhia aérea de baixo custo nos Estados Unidos, chamada de forma provisória de “Moxy“.
No começo deste ano, o executivo confirmou a encomenda de 60 jatos Airbus A220-300 que serão a base da nova empresa, porém, só passarão a ser entregues a partir de 2021. Mas Neeleman quer estrear já no ano que vem e para isso estuda utilizar os antigos E195 que a Azul irá retirar de serviço nos próximos meses à medida que os novos E195-E2 sejam entregues.
De acordo com Neeleman, cerca de 30 aeronaves poderiam ser enviadas para os EUA para criar uma malha aérea suficiente até que os A220 sejam entregues. Mas para isso, Neeleman ainda precisa obter o Certificado de Operador Aéreo do FAA, órgão responsável pela aviação civil no país.
A Moxy tem sido descrita pelo executivo como uma startup de transporte aéreo. Na nova companhia aérea, o passageiro poderá personalizar sua experiência a bordo, definindo o tamanho da poltrona, serviço de bordo, conectividade e preço graças ao uso de tecnologia.
Embora seja considerada uma low-cost, Neeleman diz que ela “não será austera”, mas seus clientes praticamente não terão contato com funcionários da companhia que aposta em uma automatização em grande escala para reduzir custos a um patamar nunca visto.
Em junho, a divisão de leasing da General Electric concordou em fornecer aviões para a Moxy por meio de um acordo de compra e relocação de nove dos 60 A220.
Resta a dúvida se os E195 de primeira geração, que gastam muito mais combustível que o A220 e o novo E195-E2, conseguirão fechar esta equação enquanto seus novos aviões não chegam.
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