‘Nova Embraer’ brasileira mira fábrica em Maricá, no Rio de Janeiro

Fundada por ex-funcionários da fabricante, DESAER tem tentado viabilizar o bimotor turboélice ATL-100 e fechou uma parceria com a Codemar para implantar pólo de produção
Desaer ATL-100
ATL-100: Desaer quer aproveitar o nicho de mercado abandonado pela Embraer com o fim do Bandeirante (Divulgação)

A DESAER, empresa fundada por ex-funcionários da Embraer, voltou à carga na tentativa de viabilizar a produção de seus projetos de aviões.

Desde 2018, a startup sediada em São José dos Campos (SP) tenta seguir os passos da famosa fabricante, inicialmente com o turboélice bimotor ATL-100, uma aeronave de asa alta e vocação para transporte de passageiros, carga e outras missões.

Mas o caminho não tem sido fácil. Após acertar em 2020 uma joint-venture com o CEiiA, de Portugal, e vê-la fracassar (e virar processo na Justiça), a DESAER buscou um acordo com o município de Araxá para construir uma fábrica para seus aviões no ano seguinte.

O projeto também não saiu do papel, mas a empresa não desistiu e acaba de assinar um protocolo de intenções com a Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá) com o objetivo de criar um pólo de inovação e tecnologia aeroespacial na cidade fluminense.

Evandro Fileno, CEO da DESAER, assina acordo com a Codemar (Paulo Ávila)

“A nossa expectativa é já estarmos aqui nos próximos meses com uma equipe de engenharia. A ideia inicial é trazer alguns engenheiros meus que vão ser os cabeças, e contratar mão de obra técnica e engenheiros da cidade”, disse Evandro Fileno, CEO da DESAER.

Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

Embora o comunicado não cite a aeronave que está nos planos da futura fabricante, trata-se do ATL-100, como confirmou a assessoria de imprensa ao site mais tarde.

A DESAER também divulgou outro projeto maior de turboélice, o ATL-300, para 40 passageiros.

ATL-100 mirava substituir o Bandeirante na FAB

Quando surgiu há sete anos, a DESAER vislumbrava repetir sua inspiração Embraer e fornecer o ATL-100 para a Força Aérea Brasileira (FAB).

A ideia era substituir os C-95 Bandeirante, que já estão há cinco décadas em operação e perto de se aposentar.

O ATL-100 foi pensado como um substituto para o Bandeirante, da Embraer (Divulgação)

Com sua configuração versátil, a aeronave sem pressurização e com trem de pouso fixo seria de fato uma alternativa bastante interessante.

“O ATL-100 é um projeto 100% nacional e pode atender as demandas das forças armadas brasileiras e do transporte aéreo regional do país e de outras nações”, disse Fileno à Airway em outubro de 2018.

Na época, o fundador sonhava em colocar o avião em produção a partir de 2022, o que nunca foi uma meta factível diante das dificuldades em financiar o projeto.

Coincidência ou não, a FAB demonstrou interesse no Cessna SkyCourier, uma aeronave com características similares ao ATL-100. Um sinal que o avião brasileiro tem potencial.

5 comments
  1. Para viabilizar precisa-se de interessados para se ter um volume que compense o investimento; fora isso, é uma aeronave bem interessante e, a meu ver, um concorrente direto do SkyCurier.

  2. fazer as coisas no papel e muito fácil,a realidade e bem diferente e eles com certeza sabem disso kkk,já já não ouviremos mais falar dessa iniciativa,mas vale o espírito aventureiro

  3. Sem ter ao menos um protótipo, pra fazer demonstração do equipamento, a quem realmente vai se interessar por tal aeronave, agora contando com o projeto só na papel, qualquer um pode fazer, vamos ver na prática!!

  4. Por onde anda o BNDES? foi exatamente p/ isto que foi criado em 1952.

    Missão

    “Promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da
    economia brasileira, com geração de emprego e redução das
    desigualdades sociais e regionais”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Previous Post
Caça Gripen E

Portugal e Canadá já avaliam o caça Gripen para o lugar do F-35

Next Post
Um dos três E195 da Breeze e que deverão ser repassados para a Total

Jatos Embraer da Total Linhas Aéreas ficam ‘presos’ nos EUA por mais algumas semanas

Related Posts