Nova imagem revela o design frontal do Embraer “Brasilhão”

Novo turboélice comercial da Embraer pode estrear no mercado em 2028; fabricante busca parceiros investidores

Uma nova imagem gerada por computador divulgada pela Embraer nesta semana trouxe mais detalhes sobre o que pode ser o próximo grande projeto da empresa brasileira: um turboélice comercial de última geração com capacidade entre 70 e 100 passageiros.

No segundo semestre do ano passado, a Embraer apresentou os primeiros vislumbres da nova aeronave, revelando imagens das vistas lateral e traseira do avião conceitual. A novidade agora é a primeira imagem frontal do turboélice (na imagem acima).

Ao que tudo indica, a Embraer está determinada em aplicar o conceito de asa baixa no projeto. É um detalhe que distinguirá completamente a nova aeronave dos dois principais concorrentes na categoria dos turboélices, ATR 72 e o De Havilland Canada Dash 8 (ex-Bombardier QSeries), que têm asas presas no topo da fuselagem.

O formato de asa baixa oferece, por exemplo, melhor desempenho em voo de cruzeiro, permitindo alcançar velocidades mais elevadas e proporcionar uma viagem mais estável e confortável para os passageiros. Outro benefício desse estilo é a possibilidade de criar aviões com cabines mais espaçosas. Já o conceito de asa alta facilita, sobretudo, operações em pistas curtas, mas sacrifica o espaço interno da aeronave, em especial na parte central da cabine (devido ao posicionamento das asas no topo da fuselagem).

Concepção artística do novo turboélice de passageiros da Embraer (Embraer)
“Projeto Brasilhão”: concepção artística do novo turboélice de passageiros da Embraer (Embraer)

A nova imagem divulgada pela Embraer também deixa claro que o novo turboélice é pensado com motores convencionais, afastando a possibilidade do emprego de sistemas híbrido-elétricos, ao menos neste projeto. Outro desenvolvimento da fabricante brasileira, o conceito STOUT, é sugerido com motores turboélices e elétricos.

Por fim, outro detalhe visto na imagem que merece destaque é o nariz da aeronave, que segue o perfil baixo típico dos aviões comerciais da Embraer, desde o antigo Bandeirante até os novos jatos da família E2. O desenho também mostra um avião com cauda em T, solução que no passado foi adotada no EMB-120 Brasilia, o último turboélice comercial fabricado pela empresa.

Apesar de todo frenesi causado pela divulgação das imagens, o novo turboélice da Embraer ainda está longe de virar realidade. Executivos da fabricante brasileira insistem que o desenvolvimento de tal aeronave só é possível com a ajuda de um ou mais parceiros investidores.

A Boeing era a preferida para acompanhar o projeto e alavancar o novo turboélice brasileiro, mas os americanos cancelaram o acordo que formaria uma joint venture com a Embraer, em abril de 2020.

Como o Airway antecipou em dezembro do ano passado, o novo turboélice é um assunto sério pelos corredores da Embraer. Como apuramos, engenheiros da empresa já criaram até um apelido informal para o avião: “Projeto Brasilhão”, em referência ao antigo Brasília.

Se for aprovado, novo turboélice da Embraer pode estrear no mercado em 2028 (Embraer)

Há uma grande expectativa por novidades da Embraer para o segundo semestre deste ano, incluindo produtos inéditos nas áreas de aviação civil e militar. Sobre o novo turboélice, fontes da Embraer com conhecimento do assunto apontaram ao Airway que o programa pode ser formalizado em 2023, com previsão de entrada em serviço em meados de 2028, desde que haja um parceiro para viabilizar os custos do projeto, que pode custar até US$ 2 bilhões.

Nota do editor: Os textos e informações exclusivas do Airway vêm sendo replicados com frequência por outros sites e canais de Youtube sem o devido crédito. Pedimos, por gentileza, que citem a fonte original das informações.

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