Menos de uma semana após seu voo inaugural, o jato executivo ACJ319neo já é dono de um novo recorde. A primeira aeronave na versão corporativa construída pela Airbus completou na última sexta-feira (26) uma viagem de teste que durou 16 horas e 10 minutos, estabelecendo o voo mais longo realizado por um modelo da família A320.
O jato voou entre a sede principal da Airbus, em Toulouse, na França, até o norte da Groenlândia sem paradas e retornou. O teste de resistência ainda incluiu um desvio simulado de menos de 180 minutos para comprovar a capacidade ETOPS (tempo de voo que aviões bimotores podem permanecer de um aeroporto onde possa realizar um pouso alternado) da aeronave, para as quais a família A320 já é certificada.
O ACJ319neo, desenvolvido pela divisão Airbus Corporate Jets (ACJ), é derivado da nova série A320neo, que conta com motores mais eficientes e novos winglets, dispositivos montados nas pontas das asas para reduzir o arrasto aerodinâmico da aeronave.
A aeronave na versão executiva, porém, pode realizar voos mais longos que o modelo para a aviação comercial. Ao transportar uma quantidade ínfima de passageiros (apenas oito ocupantes contra até 160 na versão comercial), o ACJ319neo pode usar o espaço extra nos porões de bagagem para abrigar mais tanques de combustível. Com isso, a autonomia da aeronave chega a 12.501 km, quase o dobro do alcance do A319neo convencional.
O primeiro ACJ319neo será entregue nos próximos meses a empresa de voos charter K5 Aviation, da Alemanha, após a conclusão dos voos de testes.
“Queremos levar os clientes ao seu destino usando as rotas mais rápidas, além de oferecer conforto e serviços inigualáveis, e é impressionante ver essa capacidade de longo alcance em primeira mão”, disse Erik Scheidt, CEO da K5 Aviation, que participou no voo com a equipe de testes da Airbus.
O recorde anterior de voo mais longo executado por um jato da família A320 durou 15 horas e 15 minutos, realizado por um A319CJ (primeira geração do A319 executivo) em 1999, na rota entre Santiago e Paris.
“A moderna família de aeronaves da Airbus leva o mundo a um passo firme com confiabilidade robusta e os operadores de jatos executivos são beneficiários naturais desse patrimônio, que também traz custos operacionais comparáveis aos jatos executivos tradicionais”, disse o presidente da ACJ, Benoit Defforge.
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