Novo avião comercial da Boeing será produzido nas fábricas tradicionais, diz empresa

Fabricante incluiu proposta em pacote de benefícios para cerca de 33.000 empregados da região de Puget Sound, onde ficam as unidades de Renton e Everett. Votação sobre o acordo ocorrerá em 12 de setembro
Novo avião comercial da Boeing será feito em suas raízes
Novo avião comercial da Boeing será feito em suas raízes (Fly Away)

A Boeing anunciou ter chegado a um acordo provisório com sindicatos que representam cerca de 33.000 de seus funcionários que trabalham na chamada região de Puget Sound, no estado de Washington (EUA), onde estão as tradicionais fábricas de Everett e Renton.

A oferta inclui um aumento salarial de 25%, benefícios mais amplos como um custo menor no plano de saúde e o compromisso que o próximo avião comercial da Boeing será produzido na região.

“A Empresa se compromete que, com relação ao novo modelo de avião comercial e todos os derivados durante a vida do programa: montagem final, fabricação e montagem de asas, principais componentes (fabricação, interiores e fios), fabricação de peças e subconjuntos e operações de entrega serão colocados e mantidos dentro da jurisdição da União em Puget Sound e Portland”, diz o texto do acordo.

A Boeing observa, no entanto, que isso só será possível caso o conselho de diretores decidirem por lançar o programa dentro de quatro anos.

A gigantesca fábrica da Boeing em Everett
A gigantesca fábrica da Boeing em Everett (Maurice King)

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A promessa significa na prática que a companhia está abrindo mão de produzir a futura aeronave na Carolina do Sul, uma fábrica que concentra a montagem do 787 Dreamliner e que tem custos trabalhistas menores já que os funcionários não são sindicalizados.

Há vários anos a Boeing estuda um novo avião de fuselagem estreita capaz de enfrentar o bem sucedido Airbus A320, mas os custos envolvidos no projeto e as mudanças provocadas pelas metas de redução de emissões tornam a decisão difícil.

Risco de greve

O acordo provisório com os Distritos 751 e W24 do sindicato IAM ocorre quatro dias antes da votação sobre uma possível greve a partir de 13 de setembro.

Se os 33.000 funcionários não aceitarem a proposta, as fábricas que produzem aeronaves como o 737 MAX, o P-8 Poseidon, o 767 e o 777 irão parar, complicando ainda mais os problemas de produção da empresa.

Críticos à proposta afirmaram que a votação seria uma “armação” já que o pré-acordo foi fechado em cima da hora, fornecendo pouco tempo para avaliar as condições.

Fábrica do Boeing 787 em North Charleston
Fábrica de Charleston, na Carolina do Sul: Boeing se comprometeu a não levar novo avião para estado onde não há sindicato (Boeing)

A promessa de produzir o próximo avião na região também foi considerada “vazia” já que o projeto pode ser lançado depois que o acordo trabalhista perca a validade.

O aumento de 25% também foi criticado por não repôr as perdas salariais dos últimos 10 anos.

A ameaça de greve ocorre em um momento delicado para a Boeing, que vê seu prejuízo aumentar enquanto analistas do mercado financeiro projetam que empresa terá de levantar US$ 30 bilhões para desenvolver uma nova aeronave.

As ações da empresa chegaram a perder mais de 38% de seu valor neste ano.

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  1. Olá, Arthur, ele continua sendo produzido na versão cargueira 767F e também o 767-200 para ser convertido no avião-tanque KC-46. Abraços!

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