A Embraer completou 30 anos desde sua privatização em 7 de dezembro de 1994. A fabricante de aeronaves surgiu como uma estatal criada pela Força Aérea Brasileira (FAB) para produzir o turboélice Bandeirante.
A aeronave havia sido desenvolvida no final dos anos 60 pela equipe liderada pelo então oficial Ozires Silva, que se tornou seu primeiro presidente.
Após mais de duas décadas produzindo aeronaves como o Xavante (MB-326 sob licença), os turboélices EMB-121 Xingu e EMB-120 Brasilia, além do jato de ataque AMX, em parceria com fabricante italianas, a Embraer se viu numa encruzilhada no início dos anos 90.
O fracasso do projeto CBA-123, um turboélice para substituir o Bandeirante e que trazia uma configuração com hélices pusher, ampliou as dívidas da empresa.
Ao mesmo tempo, a Embraer não conseguiu chegar a um projeto final de um jato regional com 50 lugares, o EMB-145 (futuro ERJ 145), e corria o risco de fechar suas portas.
A saída encontrada na época foi privatizar a empresa, mas com a Força Aérea mantendo uma ação de ouro, que permitia restringir algumas ações por questões de segurança nacional.
Arrematada por um consórcio de quatro empresas, a Embraer iniciou um caminho que a transformou na 3ª maior produtora de aviões comerciais do mundo e que ampliou seu leque de produtos com uma linha de jatos executivos e aeronaves militares como o C-390 Millennium.
Rival do 737 é uma possibilidade futura
O próximo passo, no entanto, só deverá ocorrer a partir de 2030. É quando a Embraer pretende definir quais serão seus novos produtos, segundo o CEO Francisco Gomes Neto.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o executivo-chefe tentou esclarecer os rumores sobre uma aeronave rival do Boeing 737 e do Airbus A320.
“Eu não falei que a Embraer está cogitando fazer um avião maior. O que tenho dito é que ela está sempre estudando alternativas e novos produtos”, esclareceu Gomes Neto.
Ainda segundo ele, a empresa está se preparando para definir qual ou quais produtos serão lançados, mas isso a partir de 2030. Até lá, o plano é focar no atual portfólio.
Boeing levou talentos da Embraer
O CEO também comentou a fracassada parceria com a Boeing, que levou cerca de três anos para ser construída, mas foi abandonada pela empresa dos EUA pouco antes de o negócio de US$ 4,2 bilhões ser serlado.
Logo após o fim do acordo, a Boeing abriu um escritório de engenharia perto da sede da Embraer no Brasil e deu início a um assédio sobre profissionais de talento da empresa e de outros fornecedores na região.
“Nós ficamos muito chateados com essa situação porque a Boeing, durante o processo do potencial acordo, entrou na Embraer, conheceu engenheiros, sabia quem era bom, e depois que não deu certo, contratou pessoas específicas dentro da companhia”, disse.
Uma ação na Justiça dos EUA condenou a Boeing pelo fim do negócio, mas o valor da indenização (US$ 150 milhões) decepcionou o mercado financeiro. Gomes Neto revelou que o valor já foi pago e cobriu uma parte do que a Embraer gastou nesse período.
A despeito dos problemas na cadeia de suprimentos, sobretudo motores e aeroestruturas, o executivo que está no cargo desde 2019 se mostrou otimista com os próximos anos.
“Vamos ter um bom ano em 2024 e um ano de 2025 ainda melhor”, previu ele, que acredita que o potencial da Embraer é chegar a uma receita anual de mais de US$ 10 bilhões ainda nesta década.
Todo mundo fala desse projeto civil do concorrente do 737. Já era para estar acontecendo. Porém também acho que a Embraer já está mais do que madura para fazer um avião militar a jato multifuncional leve. Um concorrente dos Hurjet, Kai-t50, e até do Tejas e Redtail. Só acredito.
show, e que avance mais
Lembro que muitos achavam normal a “joint venture” entre Boeing e Embraer dizendo que a não concretização do “acordo” seria o fim da Embraer.
A partir de 2030?
1) Provável: Família Energia de até 50 assentos (USD 1bi). Desenvolver uma família de EVTOL (USD 1bi). Jato executivo maior (1bi).
2) Desejável: Desenvolver o substituto do E175 dentro da cláusula de escopo USA. Desenvolver parte do futuro reabastecedor dos caças de 6a geração da USAF.