Na operação de busca do submarino argentino ARA San Juan desaparecido desde quarta-feira (15), a Força Aérea Brasileira enviou dois de seus aviões especializados em busca e salvamento, o P-3AM Orion e seu mais novo modelo do gênero, o SC-105 SAR, turbo-hélice recebido em agosto.
Fabricado na Espanha, o SC-105 é equipado com vários recursos de última geração como radar com abertura sintética, imageamento por infravermelho e integração de sistemas e pode monitorar até 640 alvos num raio de 370 km. Segundo a FAB, o Amazonas é capaz de reconhecer um objeto com um tamanho de um bote se movimentando em até 139 km/h.
A aeronave conta com o sistema eletro-óptico FLIR com câmera de baixa luminosidade com zoom de 18 vezes além de sensor infravermelho com capacidade de ampliação de 71 vezes. O aparelho de matrícula FAB 6550 é baseado em Campo Grande, no Esquadrão Pelicano e fez seu primeiro voo de reconhecimento nessa segunda-feira (20).
Anomalias magnéticas
Já o veterano P-3 Orion, uma versão militar do conhecido quadrimotor Electra II, tem como diferenciais a grande autonomia (16 horas de voo) e o sensor de anomalias magnéticas (MAD), que detecta volumes metálicos submersos – o avião, baseado em Salvador, também é equipado com FLIR, porém, de uma geração mais antiga.
O governo brasileiro também enviou o navio de resgate K-11 Felinto Perry para participação da operação de busca, que envolve ainda outros quatro países, incluindo até mesmo a Inglaterra – os ingleses ofereceram o navio polar HMS Protector e um C-130 Hercules baseado justamente nas Ilhas Falklands/Malvinas, motivo do conflito em 1982.
A maior esperança reside na força-tarefa americana, composta de um P-3 Orion da NASA que se encontrava no Ushuhaia e pelo novíssimo P-8A Poseidon, plataforma de patrulha marítima e reconhecimento da Marinha dos Estados Unidos.
O submarino ARA San Juan está em serviço na marinha argentina desde 1985 e foi construído na Alemanha. Passou por uma extensa reforma até 2014 quando voltou a operar. Ele voltava de uma missão no Ushuaia quando comunicou um problema com as baterias a 450 km da costa argentina. Desde então, não houve mais contato com a embarcação.
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