Os Estados Unidos costumam vender boa parte das suas aeronaves de combate avançadas a países amigos, incluindo aí caças como o F-15 Eagle e até mesmo o F-14 Tomcat, cujo único cliente externo foi o Irã, pouco antes da queda do seu aliado, o Xa Reza Pahlavi.
Há, no entanto, exceções. O avião furtivo de ataque F-117A e o caça F-22 Raptor são exclusivos da Força Aérea dos EUA (USAF) assim como ocorre com seus bombardeiros estratégicos.
Mas, ao que tudo indica, o novo bombardeiro furtivo B-21 Raider poderá ser exportado. A aeronave de 6ª geração da Northrop Grumman está prestes a voar pela primeira vez e deve entrar em serviço em meados da década.
É considerado um ativo capaz de mudar o equilíbrio de forças com outras potências militares como a Rússia e a China, graças às novas tecnologias que introduz.
Apesar disso, o governo dos EUA chegou a negociar uma possível venda do B-21 para a Austrália. No entanto, o Ministério da Defesa do país considerou a aeronave não adequada para aquisição, ao menos por enquanto.
A presidente da Northrop Grumman, Kathy Warden, revelou em uma conferência que é prematuro pensar em outro país, mas que “é importante que ocorram conversas contínuas” sobre uma possível venda do Raider para um cliente estrangeiro.
Mudança geopolítica
Uma possível aquisição do bombardeiro furtivo pela Austrália tem uma explicação. O país está empreendendo um ambicioso programa de defesa, de forma a se preparar para a expansão militar chinesa.
O mais claro sinal desse movimento foi o acordo AUKUS, com os EUA e o Reino Unido, que fornecerão submarinos de propulsão nuclear para a Austrália.
Uma frota de B-21 na região certamente seria um fato dissuasório para potenciais ambições territoriais da China, até hoje incomodada com a independência de Taiwan.
Somente uma mudança geopolítica tão profunda como essa poderia explicar o interesse dos Estados Unidos em compartilhar um bombardeiro tão poderoso quanto o B-21 Raider.
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E seria uma quebra de paradigma desde a introdução dos bombardeiros a jato. Até hoje, nenhum dos aviões do Comando Aéreo Estratégico da USAF voou por outra força aérea, sejam B-52, B-58, B-1B ou B-2.
Uma exceção em termos foi o avião de ataque F-111 Aadvark, que possuiu uma variante de bombardeio estratégico, a FB-111. A aeronave da General Dynamics teve um segundo cliente, justamente a Austrália.