O primeiro C919 de produção em série entregue à China Eastern Airlines iniciou na segunda-feira, 26, uma campanha de testes que deve acumular 100 horas de voo até fevereiro.
O objetivo é preparar a inédita aeronave chinesa para estrear voos comerciais a partir de abril de 2023, explicou a companhia aérea.
O primeiro voo de verificação MU7801 decolou do Aeroporto Xangai Hongqiao às 13h25 e pousou no Aeroporto de Pequim às 15h17, horários locais.
A aeronave de matrícula B-919A, entregue pela fabricante COMAC em 9 de dezembro, é configurada com 164 assentos, sendo oito na classe executiva (disposição de quatro poltronas por fileira) e 156 na econômica (seis poltronas por fileira).
Segundo a China Eastern, a cabine principal do C919 tem 2,25 metros de altura e é equipada com 20 monitores de alta resolução com 12 polegadas.
Certificação operacional
Os voos de verificação não levam passageiros mas simulam todas as etapas de uma frequência comercial, incluindo todo o processo de despacho e liberação, embarque de passageiros e manutenção, explicou a empresa aérea.
Os dados acumulados durante os quase dois meses de testes serão repassados para a COMAC e a CAAC, autoridade de aviação civil da China, que então decidirá se emitirá o certificado operacional, necessário para início dos voos comerciais.
Os voos de testes ocorrem a partir do Aeroporto Hongqiao, em Xangai e terão como destinos aeroportos como Beijing Capital (Pequim), Beijing Daxing (Pequim), Chengdu Tianfu, Xi’an, Haikou, Qingdao, Wuhan, Nanchang, e Jinan.
A China Eastern Airlines formou uma primeira turma de profissionais para operar o C919, entre eles nove pilotos, 24 comissários de bordo e 13 funcionários de solo.
Os cinco C919 encomendados serão usados em rotas entre as principais cidades chinesas como Xangai, Pequim, Xi’an, Kunming, Guangzhou, Chengdu e Shenzhen, que servirão de vitrine para a aeronave.
O C919 teve seu desenvolvimento iniciado em 2007 e só realizou o voo inaugural em 2017. Desde então, vários protótipos dividiram o programa de certificação, que acabou atrasando consideravelmente.
Com porte semelhante ao Airbus A320 e o Boeing 737, o novo jato da COMAC não chega a ser tão avançado quanto seus rivais, mas deve provocar uma redução na demanda dessas aeronaves ocidentais nos próximos anos, à medida que as principais transportadoras da China prestigiam o produto nacional.
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