A Boeing teria desistido de criar uma nova família de jatos comerciais de média capacidade, conhecida pela sigla NMA (New Midmarket Airplane ou novo jato de médio) e em seu lugar deverá desenvolver uma espécie de sucessor para o 757. Essas foram as impressões de executivos parceiros da fabricante americana ouvidos pelo site Leeham News.
De acordo com Dómhnal Slattery, CEO da empresa de leasing Avolon, o NMA “está morto”, substituído por uma aeronave de corredor único, opinião compartilhada por um executivo da Pratt & Whitney também entrevistado.
Em linhas gerais, o novo avião, possivelmente o projeto FSA (Future Small Airplane ou futuro avião pequeno), seria um jato de porte semelhante ao 757 e ao Airbus A321XLR. Mas deverá ter uma perfomance muito superior ao 737 MAX e à família A320neo, embora não seja citado como equivalente a eles.
Se esses requisitos forem confirmados pela Boeing, significa uma mudança enorme nos planos da fabricante que pretendia lançar uma nova categoria de jatos comerciais, capaz de oferecer grande alcance e transportar mais passageiros que os atuais aviões de corredor único.
Mas o compromisso entre desempenho e custo pareceu ser algo quase impossível de ser obtido, afinal seria um projeto totalmente inédito, que requer um desenvolvimento mais caro e demorado. O drama vivido pela empresa com o 787, seu último avião 100% novo, dá uma ideia exata do que esperava a Boeing.
Além disso, ao criar um novo padrão de jato de passageiros, a Boeing arriscaria ter um produto que poderia não fazer nada direito: ser grande demais para a maior parte das rotas e pequeno para transportar passageiros e carga em trechos de longo alcance.
Por outro lado, o 757, um avião lançado no final dos anos 70 para o lugar do trijato 727, acumulou mais de mil aeronaves produzidas, um volume bastante considerável para a época em que foi concebido. Somente há poucos anos, o modelo deixou de se mostrar eficiente comparado aos novos aviões e passou a ser substituído, sobretudo nos EUA, onde teve maior aceitação.
Horizonte distante
Mais do que qualquer coisa, o que a Boeing não precisa hoje é de mais um programa caro e complexo. Ao pensar em um novo jato de corredor único, a fabricante tem nas mãos toda a experiência com o 737 e o 757 e pode dar origem a um projeto que reúne avanços recentes ao mesmo tempo em que aprimora soluções já testadas.
Diante de uma série de dificuldades mais urgentes, como recolocar o 737 Max em serviço e certificar o 777X, a empresa certamente ainda tem tempo para decidir qual caminho tomar, mas precisa ter em mente que esse hipotético avião deverá chegar ao mercado até o final de 2030 sob risco de ver a Airbus ampliar ainda mais sua presença na aviação comercial mundial.
Veja também: Presidente da Boeing fala em recomeçar projeto NMA do zero
Desde o início eu sempre achei que era muito mais interessante evoluir o 757 do que o 737..o 757-300 é praticamente um A321, distância livre do motor para o solo bem maior do que do 737, já era um avião pronto…basta refinar e criar um 757 NG ou um 757 NEO…