Maior avião comercial já desenvolvido pela Embraer, o novo jato E195-E2 está liberado para realizar voos comerciais. Em cerimônia realizada nesta segunda-feira (16) em São José dos Campos (SP), a fabricante recebeu o Certificado de Tipo para a aeronave emitido por três órgãos regulatórios: a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) e a Federal Aviation Administration (FAA), dos Estados Unidos.
O Certificado de Tipo é um processo na aviação auditado por órgãos reguladores do setor que avalia e atesta se um novo avião possui as características mínimas que assegurem seu uso seguro para o tipo de operação pretendida. No caso do novo E195-E2, a Embraer o projetou com capacidade máxima de 146 passageiros e autonomia de até 2.600 milhas náuticas (4.815 km).
“Assim como com o E190-E2, novamente obtivemos a certificação de tipo simultaneamente de três importantes autoridades regulatórias mundiais”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer. “Esta é outra grande conquista das nossas equipes de engenharia e programas. Eles construíram e agora conquistaram as certificações para essa aeronave, a mais eficiente de corredor único do mercado. E, novamente, tudo dentro do cronograma e excedendo as especificações.”
O E195-E2 voou pela primeira vez em 29 de março de 2017 e desde então vinha sendo avaliado e passando pela etapas de certificação. A Embraer produziu dois protótipos para o programa, um para testes aerodinâmicos e de desempenho e outro para validar o interior e tarefas de manutenção.
A aeronave entrará em serviço no segundo semestre deste ano com a companhia Azul, que fez um pedido por 51 unidades. A Embraer também informou que planeja entregar ainda neste ano o primeiro E195-E2 a Binter Canarias, da Espanha. O novo jato soma mais de 120 encomendas.
O E195-E2 é o segundo modelo certificado da série E-Jets 2 da Embraer. A nova família de aeronaves estreou em 2018 com o E190-E2 e ainda contempla o modelo E175-E2, previsto para chegar ao mercado em 2021.
Avião é melhor do que a Embraer esperava
As equipes de testes da Embraer “descobriram” durantes os ensaios que o E195-E2 poderia ser mais econômico que o proposto originalmente. Segundo a fabricante, o consumo de combustível da aeronave é 1,4% menor do que o esperado, chegando a 25,4% de economia por assento em comparação com o E195 da primeira geração.
Um olhar distraído pode não perceber as novidades no E195-E2, mas uma comparação lado a lado mostra que o novo modelo é bem diferente de seu antecessor. Começando pelas asas, que são completamente novas e bem maiores, com 35,1 metros de envergadura, 6,4 m a mais que e o E195. O novo jato da Embraer também ganhou quase três metros em comprimento, chegando a 41,5 m, o que aumentou a capacidade de passageiros de 124 para 142 ocupantes.
“Não há dúvida de que as companhias aéreas vão adorar a eficiência operacional da aeronave. O E195-E2 é ideal para o crescimento de negócios regionais e complementar as frotas de companhias aéreas principais e de baixo custo”, disse John Slattery, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.
Outra novidade importante no E195-E2 é o sistema fly-by-wire completo (comandos de voos 100% computadorizados) e um novo trem de pouso, o que deixou a aeronave ligeiramente mais alta. Em comparação com a primeira geração do E195, 75% dos sistemas da aeronave são novos. Esse tipo de sistema de comando só é encontrado em jatos comerciais avançados de grande porte, como o Boeing 787 e o Airbus A350 (ou então em caças e em alguns poucos jatos executivos).
A Embraer informou que as metas de desempenho do E195-E2 deveriam ser semelhantes às do E195, mas com mais passageiros. Os resultados, no entanto, mostram melhorias importantes.
O novo jato fabricado no Brasil poderá atender mais mercados que contam com aeroportos com restrições de operação. Do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o ganho é mais de 500 milhas náuticas (926 km) comparado ao E195. A Embraer também citou o exemplo do aeroporto de Denver, nos EUA, onde alcance da aeronave é 900 milhas náuticas (1.666 km) mais longo.
O E195-E2 também requer menos pista para decolar com peso máximo (MTOW) que o E195, mesmo sendo quase 10 toneladas mais pesado (61.500 km contra 52.290 kg). De acordo com a Embraer, o jato pode alçar voo a partir de pistas com apenas 1.800 metros, enquanto o modelo da primeira geração precisa de 2.180 m.
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Pois é;
A EMBRAERZ, Foi abduzida por uma estratégia menos empresarial e mais geopolíticas, se aproveitando de nossa falta de governo.
Como estamos sem comando que represente os intetesses do pais.
A empresa deixa bem claro que representa um perigo pra concorrência, muito mais que os chineses, japoneses e russos e iranianos.
Sua capacidade de inovação não tem similar, então num curto período de tempo, colocaria pra escanteio as donas do mercado.
O capitalismo sem a ajuda do Estado não sobrevive.
Pena que no Brasil o ESTADO é subserviente aos outros, com ajuda da mídia aliciada.
Parabéns pra equipe da Embraer por mais uma bela conquista! Agora com o takeover, engenheiros da Boeing poderão vir pro Brasil e acessar toda engenharia do E2 para aprender a projetar aviões que voam com muita segurança e enterrar o MAX de vez.
Ótima notícia! Num país especializado em commodities, produtos primários e cada vez mais vendo desmantelado seu parque fabril, a EMBRAER sempre foi um símbolo da capacidade técnica e inventiva dos brasileiros, atuando com sucesso num mercado restrito e de altíssima tecnologia… Não permitamos a entrega dessa empresa ao capital externo! Não há qualquer garantia de que a planta de fabricação e o desenvolvimento de aeronaves ficarão aqui. O governo não pode aceitar que a compra se dê da forma proposta! Os argumentos dos favoráveis ao negócio são típicos do comprador que quer desvalorizar o produto para adquirir mais barato. A EMBRAER é líder em seu segmento, quem precisa se aliar para sobreviver é quem está em dificuldades… Procurem saber o que está acontecendo com a Bombardier após sua incorporação à Airbus… Grande abraço!
Concordo com o Lindomar por dois motivos. Um dos quais por ser remanescente da EMBRAER, no seu período mais confuso e ao mesmo tempo aonde começou a galgar patamares mais elevados, com a fabricação do EMB120 Brasília.
Até agora não entendi essa venda.
Para mim foi um tiro mau dado no próprio pé. Como o Lindomar bem falou, com um governo absorto ao problema, pois não soube chamar para si a responsabilidade, deixando para o comércio exterior ficar com a melhor parte do bolo. Com esse novo governo a situação continuou da mesma forma e não adianta termos engenheiros capazes de produzir um produto excelente se ele é entregue para fora do País sem o retorno devido e merecido.
Acho que ainda dá tempo de retrocedem nessa idéia esdrúxula e que ela continue sendo verdadeiramente brasileira.