Novo porta-aviões britânico realiza primeiras operações com caças F-35B

HMS Queen Elizabeth receberá 24 caças de decolagem vertical ou curta quando entrar em serviço em 2021
Caça F-35B decola do convés do HMS Queen Elisabeth (RN)
Caça F-35B decola do convés do HMS Queen Elizabeth: oito anos depois da aposentadora do Harrier, Reino Unido volta a operar aviões de asa fixa embarcados (RN)

Perto de completar oito anos desde a aposentadoria dos Harrier GR9, a marinha britânica voltou a realizar operações com aviões de asa fixa a bordo de um porta-aviões. São testes com dois Lockheed Martin F-35B americanos que estão sendo executados no novo porta-aviões do país, o HMS Queen Elizabeth desde o final de setembro.

A versão do caça, que será adotada pela Royal Navy, é a mais complexa por ter capacidade de pouso e decolagem vertical ou curta (VSTOL). O sistema adotado pela Lockheed Martin, no entanto, é diferente do utilizado pelo veterano Harrier que possuía empuxo vetorável em quatro bocais laterais. No caso do novo caça é um usado um mecanismo desenvolvido pela mesma Rolls-Royce (e criadora do motor do Harrier) que consiste em fans contra-rotativos instalados atrás do piloto na posição vertical que utilizam parte da pressão gerada pelo motor principal para gerar sustentação na parte frontal.

O motor principal, fornecido pela Pratt & Whitney, possui um bocal giratório que direciona o fluxo em até 90 graus, além de duas saídas nas asas capazes de prover capacidade de manobra.

A vantagem desse complexo sistema é permitir que o F-35B consiga voar acima da velocidade do som, uma capacidade que não era comum nos aviões de decolagem e pouso vertical do passado.

“O maior navio de guerra da história britânica está unindo forças com os jatos de combate mais avançados do planeta. Isso marca um renascimento de nosso poder de atingir os mares em qualquer parte do mundo”, disse Gavin Williamson, secretário de defesa britânico durante o pouso dos aviões.

O HMS Queen Elizabeth em testes: ilhas duplas de comando (RN)

Os dois exemplares usados pelos pilotos britânicos, no entanto, são emprestados, um da fabricante e o outro, dos fuzileiros navais dos EUA. Logo no primeiro dia em que chegaram ao navio, eles executaram decolagens na rampa instalada no Queen Elizabeth. Até o momento, o Reino Unido recebeu 16 de 138 aviões encomendados, nove deles em operação pela RAF (a força aérea do país) e os demais, em testes no continente norte-americano.

A marinha britânica deve colocar o Queen Elizabeth em operação em 2021 e equipá-lo com um esquadrão de F-35B com 24 unidades além de helicópteros AW101 Merlin, da Leonardo. Um segundo navio, o HMS Prince of Wales, foi ao mar no final do ano passado e deve ser completado em 2023.

Os testes com os F-35B devem durar 11 semanas com mais de 500 pousos e decolagens a serem realizados.

Veja também: Caça F-35B cai nos EUA

 

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