Revelado pelo The New York Times, um problema relacionado à fiação do 737 Max foi reconhecido pela Boeing e pela FAA, a agência de aviação civil dos EUA, neste fim de semana. Segundo o jornal, dois feixes de cabos estão a uma distância capaz de provocar um curto-circuito que, se não tiverem uma resposta apropriada dos pilotos, poderia resultar em um acidente.
A FAA se pronunciou sobre o novo problema afirmando que “estão analisando certas descobertas de uma revisão recente das modificações propostas no Boeing 737 MAX”. A agência garantiu que “todas as questões relacionadas à segurança identificadas durante esse processo sejam tratadas”. A fabricante do jato, por sua vez, disse que está revisando a instalação dos cabos a fim de mantê-los a uma distância segura, além de analisar se existe de fato uma situação de risco.
A descoberta pode atrasar o retorno da aeronave ao serviço, admitiram oficiais da FAA. Até então, a expectativa é que isso ocorresse entre fevereiro e março, o que já era uma previsão bem além do esperado pela Boeing, que contava com a volta do jato em dezembro passado.
Segundo a Reuters, a FAA “sinalizou a questão da fiação como potencialmente ‘catastrófica’. É possível que outras proteções como blindagem, isolamento e disjuntores possam impedir o curto-circuito”, disse um funcionário da empresa para a agência.
Produção suspensa
A situação do 737 Max é cada vez mais grave. Após protelar uma decisão, a Boeing acabou aceitando suspender a produção do jato em janeiro em meio a uma frota de 400 aviões que estão armazenados aguardando a entrega para seus clientes. Perto do Natal, a fabricante decidiu demitir seu CEO, Dennis Muilenburg, por não ter conseguido reverter o quadro negativo no ano passado.
Algumas autoridades de aviação civil têm argumentado que pode ser necessário que os pilotos do 737 Max tenham que passar por horas de simulador para assimilar as mudanças que serão introduzidas no jato para evitar o problema com o MCAS, o software que em tese deveria ajudá-los a controlar a aeronave.
Estima-se que o prejuízo com o episódio atinja ao menos US$ 9 bilhões (cerca de R$ 36 bilhões) para a Boeing, sem contar o transtorno causado para as companhias aéreas e fornecedores da empresa.
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A Boeing já perdeu metade do custo que teria caso tivesse proposto um novo modelo!