Um novo vídeo divulgado nesta semana pelo Comitê de Investigação da Rússia mostra o momento dramático da evacuação de passageiros do Sukhoi Superjet 100 em chamas que se acidentou no aeroporto de Moscou-Sheremetyevo, em maio do ano passado.
O jato operado pela companhia russa Aeroflot havia decolado do aeroporto de Moscou e seguia para Murmansk, mas teve que voltar após 28 minutos de voo depois de a tripulação declarar emergência alegando problemas técnicos no avião.
A aeronave fez uma primeira tentativa fracassada de pouso de emergência e depois, no segundo, tocou a pista com muita força, iniciando o incêndio. O avião transportava 73 ocupantes, dos quais 41 morreram e outros 10 ficaram gravemente feridos.
A investigação do caso apontou que o SSJ100 foi atingido por um raio na fase inicial do voo. Na época do acidente, o comandante da aeronave, Denis Evdokimov, relatou que a descarga elétrica cortou o sistema de comunicação e os comandos do jato passaram para o “regime de pilotagem mínima”, sem ajuda de um computador.
Em outubro de 2019, o piloto da Aeroflot foi julgado criminalmente pelo acidente em Moscou e pode ficar preso por até sete ano. O comitê que investiga a tragédia apontou que as ações de Evdokimov infringiram o regulamentos operacionais. Promotores do caso também argumentaram que o comandante não era treinado corretamente para operar o SSJ100 manualmente.
Avião desprezado no mercado internacional
Desenvolvido originalmente pela Sukhoi e hoje sob domínio da Irkut, o Superjet 100 foi o primeiro avião comercial projetado na Rússia após o fim da União Soviética. A aeronave com capacidade para até 100 passageiros compete principalmente no setor de aviação regional, onde reinam os aviões da Embraer e Bombardier. Contudo, em quase 10 anos no mercado, o jato russo é um fracasso comercial.
Desde que foi introduzido em 2009, o Superjet soma 147 unidades entregues. A maioria desses aviões, porém, foi adquirido por empresas aéreas da Rússia ou de países alinhados com Moscou. A mexicana Interjet foi a única companhia do Ocidente que apostou no jato russo, mas não teve uma boa experiência. A empresa operou 22 aparelhos entre 2012 e 2019.
O acidente em Moscou foi o segundo registrado com um Superjet 100. Em 2012, um modelo caiu na Indonésia enquanto realizava um voo de demonstração com clientes e jornalistas. Todos os 45 ocupantes a bordo morreram.
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