A fabricante canadense Bombardier informou nesta quinta-feira (11) que vai encerrar a produção dos jatos executivos da família Learjet e cortar 1.600 postos de trabalho como parte de um plano para aumentar a lucratividade e reduzir custos.
Em comunicado, a fabricante diz que encerrará a produção do Learjet no quarto trimestre de 2021, “ permitindo que a empresa se concentre em suas famílias de aeronaves Challenger e Global mais lucrativas”.
“Com mais de 3.000 aeronaves entregues desde sua entrada em serviço em 1963, a icônica aeronave Learjet teve um impacto notável e duradouro na aviação executiva. Passageiros de todo o mundo adoram voar nesta aeronave excepcional e contar com seu desempenho e confiabilidade incomparáveis. No entanto, devido à dinâmica cada vez mais desafiadora do mercado, tomamos essa difícil decisão de encerrar a produção do Learjet”, comentou o CEO da Bombardier, Éric Martel.
A empresa acrescentou que continuará oferecendo “suporte total” à frota de Learjet no futuro e, para esse fim, lançou hoje o programa de remanufatura Learjet RACER para os modelos Learjet 40 e Learjet 45.
O programa RACER inclui um conjunto de aprimoramentos para os Learjet, incluindo componentes internos e externos, novos aviônicos, conectividade de alta velocidade e aprimoramentos de motor. O processo de revitalização será oferecido na unidade da Bombardier em Wichita, Kansas, nos EUA.
A instalação da Bombardier que produz o Learjet há quase 60 anos, a fábrica no Kansas continuará servindo como o principal centro de teste de voo da empresa e parte da rede de serviços de manutenção.
A decisão da empresa canadense de encerrar a produção do Learjet faz parte de um plano de redução de custos de US$ 400 milhões por ano até 2023, incluindo US$ 100 milhões já neste ano.
Em situação financeira delicada, a Bombardier vendeu uma série de importantes unidades nos últimos dois anos. Nesse tempo, a empresa abriu mão do programas CSeries (atual Airbus A220), QSeries, CRJ e, no mês passado, concluiu a transferência de sua divisão ferroviária para a Alstom. Outra baixa foi a venda da fábrica de aeroestruturas Short Brothers, na Irlanda do Norte.
Fim de um ícone da aviação executiva
O que hoje nós conhecemos como uma família de jatos executivos da Bombardier, a Learjet foi no passado uma companhia independente. A empresa foi fundada no final da década de 1950 pelo engenheiro norte-americano William Powell Lear.
O primeiro avião fabricado pela marca foi o Learjet 23, em 1962, um dos primeiros jatos executivos da história, ao lado do clássico Lockheed Jetstar. Desde então, a aeronave evoluiu incorporando novos recursos e foi produzida em 10 versões diferentes.
A Bombardier adquiriu a Learjet em 1990, apresentando o modelo Learjet 45 em 1997, o primeiro com novo design desde o modelo pioneiro Learjet 23.
Os Learjet são alguns dos jatos leves mais rápidos do mercado, com velocidade de cruzeiro acima de 800 km/h. O modelo canadense hoje é conhecido pelos baixos custos operacionais e preços de aquisição convidativos. O modelo atual mais em conta é o Learjet 75 Liberty, avaliado em US$ 9,9 milhões e disponível somente até o final deste ano.
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