O Brasil é um dos principais ativos da TAP Air Portugal, na opinião de Ben Smith, CEO do grupo Air France-KLM. Em conferência na semana passada, o executivo reafirmou o interesse da empresa em participar do processo de privatização da transportadora portuguesa, que deve ocorrer em breve.
“Achamos a malha (da TAP) no Brasil extremamente poderosa para nós”, afirmou Smith, segundo a Reuters.
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De fato, a companhia aérea portuguesa tem uma posição invejável no mercado internacional brasileiro. Ela opera voos para onze cidades no Brasil no momento, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e cinco capitais do Nordeste.
O resultado dessa extensa malha de voos pode ser notado no ranking de companhias aéreas de 2022, fornecido pela ANAC. A TAP é a 2ª companhia aérea que mais transportou passageiros para o exterior no ano passado, atrás apenas da LATAM.
Com quase 1,6 milhão de passageiros, a TAP abocanhou 10% do tráfego internacional no Brasil. É cerca de 60% mais movimento do que a Air France e a KLM juntas (as duas transportaram pouco mais de 1 milhão pessoas em 2022).
A empresa aérea portuguesa já havia tido seu controle passado para a iniciativa privada anos atrás quando uma sociedade entre David Neeleman (fundador da Azul e outras companhias) e um investidor português venceu um leilão. Mas o atual governo socialista recomprou a participação de ambos.
Após reestatizar a TAP, o governo pretende oferecer uma venda total ou parcial da empresa aérea. Entre os potenciais compradores estão o grupo IAG (British Airways e Iberia), a Air France-KLM e a Lufthansa, que também é cotada para assumir parte da ITA Airways.
Uma das preocupações de Portugal é que a empresa vencedora invista em hub em Lisboa, por isso uma possível proposta do IAG é vista com desconfiança já que a Iberia mantém em Madri um grande centro de voos nas proximidades.
Já a Air France-KLM espera quitar seus empréstimos obtidos durante a pandemia do Covid-19 da União Europeia e com isso voltar a estar apta a fazer ofertas por outras empresas.