Talvez nenhum outro nome seja tão associado a um caça como “MiG“, acrônimo de Mikoyan Gurevich, bureau de projetos russo criado em 1939.
Dirigida pelos projetistas Artem Mikoyan e Mikhail Gurevich, a MiG gozou de prestígio junto aos dirigentes da União Soviética graças a caças como o MiG-15, MiG-17 e MiG-21, que se tornaram oponentes duros para aviões ocidentais durante a Guerra Fria.
A MiG também foi responsável pelo MiG-25, interceptador de longo alcance capaz de voar acima de Mach 3, e do menos bem sucedido MiG-23, de asas com enflechamento variável.
No entanto, a Mikoyan Gurevich perderia espaço para o bureau rival Sukhoi nos anos 70, até então responsável por aeronaves de combate menos relevantes na Força Aérea.
O advento dos MiG-29 e do MiG-31 não foi suficiente para ofuscar o bem sucedido Su-27, caça que se tornaria célebre pela enorme capacidade e versatilidade.
Nos anos seguintes, a MiG passou a ter um papel secundário mesmo após o fim da URSS em 1991. Tornado uma empresa, o bureau ainda tentou retomar o brilho do passado mas seu projeto que mais evoluiu, o MiG 1.44, não passou de um protótipo problemático nos anos 2000.
Desde 1982, quando introduziu o MiG-29, a Mikoyan Gurevich não lança nenhum caça novo, a despeito de tentar há anos iniciar a produção do MiG-35, uma variante avançada do ‘Fulcrum’.
Maquetes na MAKS 2021
Ironicamente, é um derivado do caça bimotor com canards que surgiu como uma das maquetes apresentadas pela MiG no show aéreo de MAKS 2021 nesta semana.
Sem uma aeronave relevante para apresentar ao público, restou à divisão da UAC expor alguns projetos como uma drone de reabastecimento aéreo embarcado, um treinador avançado e o caça conceito “Perspective Multifunctional Shipborne Fighter”, destinado a ser uma aeronave a ser usada a bordo dos porta-aviões russos.
Embora seja bastante semelhante ao MiG 1.44, o novo caça apresenta entradas de ar laterais graças ao cockpit e nariz posicionados na mesma altura dos motores.
Nem mesmo a TASS, a agência de notícias estatal russa, deu importância à MiG, publicando apenas um curta nota sem qualquer perspectivas sobre os projetos, ao contrário da cobertura massiva a respeito do Su-75 “Checkmate”.
Há vários anos se comenta que o bureau estaria desenvolvendo um interceptador de grande porte, chamado informalmente de MiG-41, e que deverá substituir o MiG-31 até o final deste década, mas até hoje não se sabe o status do programa.
Para um nome que foi sinônimo de caças de combate no passado é sem dúvida pouco.
A Sukhoi tá bem a frente entre as empresas russas. Essas futuras aeronaves vão aquecer o mercado de 5G