A Leonardo teria fechado um acordo com o governo do Paquistão para liderar o programa de desenvolvimento do Sea Sultan, um avião de patrulhamento marítimo baseado no jato executivo Lineage 1000E, da Embraer. A informação foi revelada pelo Defense News, citando fontes no governo do país.
O plano da Marinha do Paquistão é substituir os turboélices P-3 Orion, mas a decisão de criar uma plataforma de patrulhamento marítimo inédita gerou dúvidas quanto à sua viabilidade já que trata-se de um projeto bastante complexo.
No entanto, o governo paquistanês já adquiriu o primeiro Lineage 1000E, que chegou ao país no final do ano passado. O programa pretende converter 10 unidades do modelo, uma versão executiva do jato regional E190.
Graças a tanques extras de combustível, o Lineage 1000E pode voar sem escalas por 8.512 km (4.600 milhas náuticas), cerca de 4.000 km a mais que o E190.
Embraer fora do projeto
A notícia sobre o projeto paquistanês surgiu no ano passado pelo mesmo Defense News. Na épocao, o comandante da Marinha do país revelou que um dos Lineage já havia sido encomendado e que o programa estava nos estágios iniciais. No entanto, ainda não havia sido definido quem tocaria o projeto.
Segundo o site, a conversão da aeronave será liderada pela Leonardo, que terá a incumbência de adquirir mais dois jatos para a primeira fase do programa. A empresa italiana fará o projeto, modificação, instalação e integração de uma plataforma de guerra anti-submarina e patrulhamento marítimo ao avião.
Já a empresa sul-africana Paramount Group ficaria responsável por realizar a manutenção, reparo e revisão dos Lineage antes da conversão.
Apesar da escolha do jato brasileiro, a Embraer não deverá participar do programa. O Lineage 1000E deixou de ser oferecido no mercado executivo no ano passado, após vender 28 aeronaves, o que pode dificultar o plano paquistanês de converter 10 unidades.
O Defense News entrou em contato com a Leonardo, que declinou a comentar enquanto o governo do Paquistão não respondeu ao site.