Proibida de participar da redistribuição dos slots da Avianca Brasil no Aeroporto de Congonhas, a companhia aérea Gol pode até se beneficiar indiretamente da disputa que deve ter seu resultado nesta terça-feira (30). É que das quatro empresas que haviam solicitado slots até esta segunda-feira, três são suas parceiras, a Passaredo, MAP e Twoflex.
As três regionais pediram um total de 85 slots: 14 para a Twoflex, 30 para a Passaredo e 41 para a MAP, mais do que o dobro do que o usado anteriormente pela Avianca (41). A quarta companhia na disputa é a Azul que também tem interesse em todos os horários diários. Após o anúncio, as companhias que levarem slots poderão iniciar operações o quanto antes – os horários serão válidos para a temporada de inverno de 2019 e o verão de 2020. Após isso, a ANAC deve confirmar ou não a redistribuição em definitivo.
Além de terem fechado parcerias de code share com a Gol, essas companhias aéreas têm em comum o fato de possuírem frotas de aeronaves de pequeno porte e em quantidade modesta para dar conta de uma possível demanda de passageiros partindo do aeroporto paulistano, o mais congestionado do país.
A Passaredo é a maior delas, no entanto, opera apenas cinco ATR-72-500 em rotas na região central do país. Na semana passada, a Gol anunciou o lançamento de novos voos entre Brasília e as cidades de São José do Rio Preto, Araguaína e Barreiras que serão operados pela Passaredo.
Com a MAP, empresa regional que voa apenas na região Norte do Brasil, a Gol compartilha voos a partir de Manaus e Belém desde abril. A companhia amazonense possui uma frota de seis turbo-hélices ATR das versões -42-300, -72-200 e -72-500, a mais nova delas. Já a táxi- aéreo Twoflex, dona de uma frota de 14 monomotores Grand Caravan, complementa os voos da Gol em rotas de baixa demanda nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Uso ineficiente
Apesar da estrutura modesta e de praticamente não terem demonstrado interesse em voar em São Paulo anteriormente, as três empresas regionais mudaram de postura quando os slots da Avianca foram retomados pela ANAC. Com as restrições impostas pelos slots, apenas jatos operam a partir do aeroporto paulistano, diante de uma oferta que é geralmente inferior à demanda.
Por essa razão, causa estranheza que Passaredo, MAP e Twoflex desejem obter horários em Congonhas diante da estratégia de atuação que possuem hoje. A Passaredo chegou a afirmar que pretende voar para cidades do interior paulista como Bauru e Araçatuba, que hoje não são mais atendidas. Quanto à Twoflex e MAP, cuja malha de voos está distante de São Paulo, é difícil imaginar qual impacto que esses slots teriam em sua respectivas estratégias.
Uma saída curiosa para as três seria a de “terceirizar” seus horários de voo em Congonhas. E nesse cenário é natural que a Gol seja a maior beneficiada por já possuir uma relação comercial com elas. Um exemplo é utilizar o modelo já feito com a Passaredo, mas em posições opostas: a companhia aérea da família Constantino “emprestaria” seus jatos e tripulação para suas parceiras operarem alguma rota de interesse mútuo.
Seja como for, se as três conseguirem entrar no aeroporto de São Paulo será mais uma pedra no sapato da Azul, que tem feito um imenso lobby para herdar os 41 slots da Avianca. A companhia. inclusive, desaconselhou as rivais a participarem da disputa, argumentando que isso “representa um uso ineficiente desses valiosos recursos públicos, impedindo a entrada efetiva de qualquer novo concorrente da ponte aérea Congonhas-Rio e Congonhas-Brasília”.
Como se vê, os slots de Congonhas ainda vão dar o que falar.
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Parceiras, sim, rivais, nem tanto. Tá na cara que a solicitação de slots em CGH é pra diminuir um possível maior participação da Azul, beneficiando, assim as parceiras.
É só a azul comprar a passaredo e a map e fica tudo resolvido
Brincadeira a simples ideia de se operar com Cessna Caravan em Congonhas. ATR já é um desperdício.
Claro que se a Two Flex, Map ou Passaredo levarem alguma coisa, “terceirizarão” para a Gol, que utilizará os B-737,
Terceirização é uma prática comum nos paises de primeiro mundo. Aqui no Brasil a GOL, lançou mão desse sistema tomando como base os moldes Norte-Americano, como legislação própria e voltada para desenvolvimento da capilaridade em aeroportos de baixissima a média demandas. É certo que ocorrerá mais de 02 centros de capitação para ocorrer a entrada dessa empresas em Congonha-SP(CGH) evitando o alto custo operacional para o tipo de aeronaves GRAN CARAVAN(TOWFLEX) e ATRs (MAP e PASSAREDO). Ocorrerá a lógica de aquisição/investimento para ampliação das Regionais ou uso compartilhado de aviões B-737 da grande parceira, onde os custos operacionais ficaram com as pequenas. Nesse cenário há uma grande lacuna para empresas charter, que mesmo sem poder econômico as classes C e D crairam gosto por voar e são as que pagam “a vista as passagens”.
Parece quase óbvio o motivo dessas três terem solicitado tais slots: a distribuição feita por igual entre as três, code-share, PIMBA! A Gol fica com 3/4 das posições da Avianca!
Já se tentou a malandragem do malfadado leilão que foi corretamente invalidado pela ANAC…inutilizar estes valiosíssimos slots em Congonhas, seria o fim da picada