Em toda extensa de linha de jatos comerciais da Airbus existe um modelo extremamente rejeitado e não estamos falando do A380, o maior fracasso da história da fabricante europeia. Trata-se do A330-800neo, a versão de menor capacidade e maior autonomia do renovado widebody. O modelo conta com apenas 14 pedidos firmes até o momento, um contraste se comparado ao irmão maior A330-900, que já acumula 319 encomendas dos quais 46 já entregues, incluindo a Azul.
Mas, a despeito da sua impopularidade perante as companhias aéreas, o A330-800 tem evoluído em seu programa de desenvolvimento. Nesta sexta-feira, inclusive, o primeiro exemplar de série, que será entregue à Kuwait Airways (sua primeira e maior cliente com oito unidades), realizou seu voo inaugural na França.
Antes prevista para março, a entrega do primeiro A330-800neo da companhia aérea deverá ocorrer no terceiro trimestre deste ano enquanto os demais serão recebidos até 2026. Com uma frota diminuta, a Kuwait Airways voa hoje com 10 Boeing 777-300 e cinco A330-200, que deverão dar lugar ao novo jato.
Alcance privilegiado
A falta de interessados no A330-800 é um tanto surpreendente, isso porque seu desempenho e nicho de atuação são bastante atraentes para as companhias aéreas. Com mais de 15.000 km de alcance, o jato pode transportar entre 220 e 260 passageiros, o que significa afirmar que ele ocupa um espaço entre o 787-8 e o 787-9, versões bastante vendidas do jato da Boeing.
Além da Kuwait, apenas a Uganda Airlines decidiu encomendar duas unidades do novo jato – há quatro pedidos de clientes não revelados também. Nesta semana, inclusive, circulou uma imagem do estabilizador vertical pintado do primeiro A330-800 da empresa.
Recriada há pouco mais de um ano pelo governo do país, a companhia aérea africana possui apenas quatro jatos CRJ-900 em sua frota e espera contar com seu primeiro avião de longo alcance até 2021. Quem sabe até lá o “patinho feio” da Airbus não se transforma num belo cisne, cheio de encomendas.
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