Pedidos firmes do Boeing 777X encolhem para 191 aeronaves

Redução de 118 pedidos no backlog da fabricante foi revelada no relatório anual divulgado nesta segunda-feira
O 777X na versão -9 (Boeing)

O novo atraso na entrada em serviço para 2023 e os custos crescentes do programa 777X não foram as únicas más notícias que a Boeing trouxe ao mercado nos últimos dias. O relatório anual da fabricante, publicado nesta segunda-feira (1º), revela que os pedidos firmes do maior jato bimotor de passageiros da história encolheram de 309 para apenas 191 aeronaves.

Na prática, a empresa ainda exibe 309 aviões pendentes de entrega assim como 350 pedidos em sua página especial na internet, porém, o relatório mostra que 118 pedidos não atendem requisitos contábeis para serem considerados seguros.

Trata-se do padrão ASC 606, que em poucas palavras significa um ajuste contábil que exclui contratos que não possuem garantia para serem considerados nos balanços da empresa.

Até 2019, no entanto, os 309 pedidos constavam do backlog, mas acabaram sendo reduzidos para 191 nos dados de 2020. Essa situação também é enfrentada pelo 737 MAX, que apresenta redução de 749 pedidos, segundo dados de dezembro do ano passado.

A Boeing, no entanto, não esclarece quais acordos e empresas estão inseridas entre os 118 aviões com pedidos duvidosos. Sabe-se, porém, que a Emirates, dona da maior encomenda do 777X, com 115 aviões, estaria negociando uma troca por modelos 787, enquanto a Cathay Pacific foi cotada para cancelar seu pedido, embora tenha preferido apenas postergar as entregas.

O atraso na certificação da aeronave, que precisará passar por modificações no projeto nos controles dos atuadores, permite aos clientes do 777X desistir da negociação ou mudar cláusulas além de solicitar reembolsos e compensações.

Atualmente, o 777X tem como clientes grandes companhias aéreas como a Emirates, Etihad, Qatar, British Airways, Lufthansa, Singapore, Cathay Pacific e ANA, além de dez pedidos não identificados.

A variante 777-9, preferida dessas empresas, será o maior avião de passageiros em produção após a conclusão dos programas 747 e A380, o que deve ocorrer até 2022.

A Emirates tem o maior pedido do 777X, mas é uma das cotadas a reduzir total de aviões (Emirates)

Veja também: Boeing 737 “gigante”, Max 10 é postergado para 2023

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