Enfrentando a maior crise em seus mais de 100 anos de atuação no mercado, a Boeing divulgou nesta terça-feira, 8 de setembro, mais um resultado de entregas e encomendas melancólico. Em agosto, a fabricante registrou pelo sétimo mês consecutivo mais cancelamentos do que novos pedidos: foram 20 cancelamentos contra apenas oito novos aviões encomendados.
A quantidade de aeronaves despachadas pela fabricante americana no mês passado também está longe do ideal. A empresa entregou 13 aeronaves em agosto e agora soma 87 entregas em 2020.
Como se não bastasse os problemas relacionados ao aterramento do 737 MAX e a crise no setor aéreo causada pela pandemia de Covid-19, a Boeing relatou mais um revés em agosto: alguns modelos 787 Dreamliners fabricados na unidade de North Charleston, na Carolina do Sul, apresentaram problemas em junções da fuselagem e no estabilizador horizontal.
“Estamos dedicando um tempo para inspecionar minuciosamente os 787 concluídos para garantir que estejam livres de problemas e atendam a todas as especificações de engenharia antes da entrega”, informou a Boeing. “Esperamos que essas inspeções afetem o tempo de entregas do 787 no curto prazo.”
Novos pedidos e entregas
Dos oito novos pedidos registrados pela Boeing em agosto, cinco deles são para aviões da família 737 MAX. Duas dessas aeronaves serão destinadas à companhia polonesa Enter Air e outros três aparelhos são para um cliente ainda não identificado. As outras encomendas recebidas pela empresa no mês passado são para três cargueiros 777F, para a Eva Air.
As entregas da Boeing em agosto incluíram duas aeronaves de patrulha marítima P-8A Poseidon (baseados no jato comercial 737-800 NG), cinco cargueiros widebody (dois 767F e três 777F) e quatro jatos de passageiros 787-9.
Entre janeiro e agosto deste ano, a Boeing entregou 11 jatos 737 (incluindo variantes militares e os últimos modelos NG), um 747, 19 modelos 767, 14 777 e 42 787.
Cancelamentos
A Boeing registrou no mês passado mais 17 cancelamentos de compra para o 737 MAX e outros três 787. Além das desistências, a fabricante ajustou sua carteira de pedidos e retirou mais 74 jatos 737 MAX e 10 787 da lista.
Embora a Boeing ainda mantenha os acordos para vender esses jatos, a empresa não acredita na conclusão dessas vendas devido a diferentes fatores, sendo o principal deles a frágil condição financeira de seus clientes acometidos pela crise do setor aéreo em função da pandemia.
Incluindo os oito novos pedidos, 13 entregas, 20 cancelamentos e 84 ajustes contábeis, a carteira de pedidos da Boeing em agosto caiu de 4.496 para 4.387 jatos.
A Boeing registrou este ano 67 pedidos, ma seu valor líquido em 2020 é de menos 932 aeronaves, devido aos cancelamentos, ajustes contábeis e conversões de pedidos.