O ressurgimento das vendas do 737 MAX da Boeing é um dos principais destaques no Dubai Airshow, a maior feira de aviação do Oriente Médio que acontece nesta semana no emirado árabe. A fabricante conseguiu mais de 50 pedidos pela aeronave, entre acordos para intenções de compra e pedidos firmes.
A encomenda mais recente na mesa da Boeing é a carta de intenções da Air Astana, do Cazaquistão, para adquirir até 30 jatos 737 MAX 8. Caso o acordo seja confirmado, os aviões serão destinados a subsidiária low cost do grupo, a FlyArystan. As datas de entrega não foram divulgadas.
“A Air Astana mantém um forte relacionamento com a Boeing desde que a companhia aérea começou a voar em 2002 com um par de 737 NG. Hoje operamos os 757s e 767s e acreditamos que o MAX fornecerá uma plataforma sólida para o crescimento do FlyArystan em toda a nossa região, uma vez que a aeronave tenha retornado com sucesso ao serviço”, disse Peter Foster, Presidente e CEO da Air Astana.
O segundo acordo, negociado por um cliente ainda não identificado, é de 10 jatos 737 MAX 7 e 10 MAX 10. De acordo com o Aviation Week, o comprador planeja revelar a encomenda nas próximas semanas. A Boeing ainda não comenta sobre esse pedido.
A publicação acrescentou que a Boeing concluiu acordos pelo 737 MAX com outros clientes não divulgados, incluindo um modelo executivo BBJ MAX, que podem ser divulgados até o final do Dubai Airshow na quinta-feira (21).
Finalmente, entre os acordos anunciados pela Boeing em Dubai está um pedido firme de 10 737 MAX 8 da SunExpress, empresa turca controlada pela Turkish Airlines e a Lufthansa. Essa é a primeira encomenda oficial para a família MAX desde março, quando as aeronaves foram aterradas no mundo todo após dois acidentes fatais em menos de cinco meses.
O International Airlines Group, dono de companhias aéreas como a British Airlines e Iberia, anunciou no Paris Air Show em junho uma intenção de compra para 200 jatos 737 MAX, mas o acordo ainda não foi finalizado.
O 737 MAX permanece proibido de realizar voos comerciais e suas entregas foram suspensas. A Boeing vem divulgando nas últimas semanas que está próxima de finalizar as alterações no sistema de controle de voo da aeronave e nos programas de treinamento.
O FAA, agência de aviação civil dos EUA que lidera a análise da aeronave, ainda não cravou uma data para finalizar o processo e liberar os aviões. A Boeing, por outro lado, segue otimista em conseguir a certificação do 737 MAX até o final deste ano. Com essa possibilidade, empresas dos EUA e a Copa Airlines já remarcaram voos com a aeronave para março do próximo ano.
Apesar do longo período parado, a carteira de pedidos do 737 MAX não diminuiu durante o aterramento e continua sólida com mais de 5.300 aeronaves. A baixa mais importante nesse tempo foi a remoção de 125 aeronaves da Jet Airways, empresa aérea da Índia que faliu em abril deste ano. Considerando trocas para outros modelos, a Boeing perdeu cerca de 200 encomendas do MAX.
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