Às vésperas das festas de fim de ano, os principais aeroportos brasileiros terão um fator complicador a partir de segunda-feira, 19 de dezembro. Trata-se de uma greve convocada por pilotos e comissários e que ocorrerá todos os dias, das 6h às 8h, um dos períodos mais críticos no transporte aéreo no país. Os aeroportos afetados serão os de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
A paralisação foi aprovada em assembléia no Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) nesta quinta-feira, 15. Os tripulantes relatam frustração nas negociações da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. Eles reinvindicam recomposição das perdas inflacionárias, além de ganho real “tendo em vista os altos preços das passagens aéreas que têm gerado crescentes lucros para as empresas”, diz nota do SNA.
A decisão de interromper os voos por apenas duas horas seria, na visão do sindicato, uma forma de minimizar o prejuízo aos passageiros, mas o reflexo dos atrasos na malha aérea deve ser considerável. Com isso, as operações só terão início após as 8 horas da manhã – o movimento não tem prazo para ser encerrado.
Os tripulantes também pedem melhores condições de trabalho como a definição dos horários de início de folgas e proibição de alterações posteriores, além do cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.
Segundo o SNA, a primeira proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias previa reajuste atrelado ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), além de permitir a venda voluntária de folga e a utilização dos dias destinados à ensino a distância para programação de voo.
Após ser rejeitada por 90% dos aeronautas, o SNEA apresentou uma nova proposta em que todos os itens econômicos seriam reajustados pelo INPC, menos diárias internacionais. “Também especificaram regramento para antecipação do Passe Livre e propuseram a utilização de sábados, domingos e feriados para o início do gozo das férias. No entanto, os tripulantes entenderam que esta proposta não atende às expectativas e pouco versa sobre a pauta da categoria”, complementa o SNA.