A associação que planeja transformar o ex-porta-aviões São Paulo da Marinha do Brasil em museu flutuante, o “Instituto São Paulo/Foch” enviou para o Airway nesta segunda-feira (14) o que ele chama de “manifesto” para sensibilizar a sociedade brasileira e autoridades sobre o projeto.
Maior embarcação de todos os tempos da marinha brasileira, o navio-aeródromo desativado em 2017 foi colocado em leilão no mês passado e o processo deve ser definido até dezembro. O lance mínimo para adquirir o casco do porta-aviões é de R$ 5,3 milhões.
Emerson Miura, ex-militar da Força Aérea Brasileira e idealizador do projeto, disse que o instituto tem duas opções: comprar a embarcação ou assumir o controle de uso do navio por meio de concessão da Marinha.
Em setembro de 2018, o comando naval brasileiro rejeitou o projeto de transformar o porta-aviões em museu. Na resposta ao instituto, a Marinha alegou que “em função de severas restrições orçamentárias, do porto do navio e da complexidade de retirar alguns equipamentos e materiais existentes a bordo, é contra indicada sua cessão para outras finalidades, que sejam distintas do desmantelamento ou afundamento”.
“Desde a concepção do projeto, nós mantivemos contato com a Marinha do Brasil, para que fosse possível a apresentação do mesmo, deixando claro que projeto irá desonerar a Marinha do Brasil e a máquina pública. No entanto, com a mudança do comando da Marinha do Brasil no final de 2018 não houve mais comunicação com as autoridades envolvidas perante essa proposição”, diz o manifesto do Instituto São Paulo/Foch.
Homem de frente do projeto, Miura também afirmou que neste período havia um pré-agendamento para a apresentação da proposta a Marinha, mas com a mudança de comando em 2019 o Instituto não recebeu mais respostas.
O plano da associação é levar porta-aviões São Paulo para o Porto de Santos e colaborar da revitalização da região. Além de áreas de exposição de aeronaves, o projeto também prevê a criação de atrações extras, como restaurantes e hotel. Atualmente a embarcação descomissionada está atracada na base da Marinha na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro.
Se conseguir assumir o controle do São Paulo, o instituto acredita que pode realizar o processo para converter o porta-aviões em museu no período de três anos.
Carreira complicada
Maior embarcação militar que serviu com a bandeira brasileira, o navio-aeródromo São Paulo chegou às mãos da Marinha no ano 2000, comprado da França por US$ 12 milhões durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O navio foi o substituto do NAeL Minas Gerais, que operou no Brasil entre 1960 e 2001, e posteriormente acabou vendido como sucata.
Quando ainda estava ativo, o São Paulo era o porta-aviões mais antigo do mundo. A embarcação foi lançada ao mar em 1960 e serviu com a marinha da França com o nome FS Foch de 1963 até 2000. Sob a identidade francesa, o navio de 32,8 mil toneladas e 265 metros de comprimento atuou em frentes de combate na África, Oriente Médio e na Europa.
Com a Marinha do Brasil, no entanto, a embarcação teve uma carreira curta e bastante conturbada, marcada por uma série de problemas mecânicos e acidentes. Por conta desses percalços, o navio passou mais tempo parado do que navegando. Em fevereiro de 2017, após desistir de atualizar o porta-aviões, o comando naval decidiu desativar o NAe São Paulo em definitivo.
Segundo dados da marinha brasileira, o São Paulo permaneceu um total de 206 dias no mar, navegou por 54.024,6 milhas (85.334 km) e realizou 566 catapultagens de aeronaves. A principal aeronave operada na embarcação foi o caça naval AF-1, designação nacional para o McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, hoje operados a partir de bases terrestres.
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Boa iniciativa! No Brasil ainda não existe nada do tipo, com seu tamanho da pra fazer muita coisa interessante como museu e centro turístico!
Apoio a iniciativa, espero que se torne realidade.
A compra desse porta aviões foi a maior burrada que a Marinha Brasileira já fez em toda a sua história! Compramos uma verdadeira sucata e os franceses devem estar rindo até hoje por terem conseguido vender esse traste por US$ 12 milhões!
Um navio é feito para navegar assim como um avião é feito para voar, e o São Paulo navegou apenas 3% do total de dias em que esteve comissionado na MB, o que representa um verdadeiro fiasco dessa aquisição!
Por mim, essa banheira velha deveria ser usada como alvo em treinamento de disparo de torpedos e mísseis.
O novo submarino Riachuelo iniciará em breve os testes de mar e com certeza precisará de um alvo para testar o sistema de tiro!