A RTX, empresa que controla a fabricante de motores Pratt & Whitney, afirmou durante apresentação dos resultados do 3º trimestre que o problema com o pó metálico contaminado que pode causar rachaduras em parte dos motores PW1000G também obrigará a inspeções nos turbofans dos modelos Airbus A220 e Embraer E2.
Os dois jatos utilizam as versões PW1900G e PW1500G, respectivamente, e que são menos afetadas pelo defeito. A Pratt & Whitney tem se concentrado em checar e substituir as peças do modelo PW1100G, usado pela família A320neo, que tem uma frota mais numerosa.
“Para o PW1500 e o PW1900, instituiremos um plano de gerenciamento de frota que se encaixará amplamente na programa de revisões que já estão em vigor para essas frotas”, disse Chris Calio, COO da RTX.
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Os seguidos problemas do motor GTF (Geared Turbofan, ou turbofan com engrenagens) tem obrigado ao aterramento de centenas de aeronaves no mundo. Por exigir um tempo grande de serviço, a PW não tem conseguido atender seus clientes dentro do prazo esperado.
O pico dos problemas ocorreu em setembro, quando vários jatos tiveram que deixar de voar por terem atingido o limite de 2.800 a 3.800 ciclos, número menor do que o planejado, por conta do problema.
350 aeronaves ficarão no solo nos próximos três anos
Até setembro ao menos 140 motores passaram por inspeção e a expectativa é que de 600 a 700 turbofans sejam vistoriados até 2026. Apesar disso, a RTX prevê que a maior parte das verificações ocorrerá até o início do ano que vem.
Ainda segundo a empresa, cerca de 350 aeronaves ficarão no solo entre 2024 e 2026. Para minimizar o tempo de espera, novas oficinas estão sendo certificadas pela empresa, incluindo unidades da Iberia, China Airlines e Korean Air.
O motor GTF é opcional na família A320neo, que também pode utilizar o rival CFM Leap-1. No caso do A220 e nos E2 da Embraer, o turbofan da Pratt & Whitney é o único disponível.
Outras duas aeronaves chegaram a selecionar o motor GTF. O jato regional SpaceJet, da Mitsubishi, planejada como rival da Embraer, era cliente do motor, mas teve o programa cancelado anos atrás. Já a russa UAC instalou o motor PW1400G no jato comercial MC-21, porém, teve de substituí-lo pelo turbofan PD-14, produzido no país, por conta de sanções ocidentais.