O ministro da defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, assinou nesta sexta-feira (31) um contrato no valor de US$ 4,6 bilhões para a compra de 32 caças Lockheed Martin F-35A Lightning II fabricados nos EUA.
Falando durante a cerimônia oficial sobre a aquisição das aeronaves em Deblin, onde a força aérea polonesa mantém uma base de treinamento, Blaszczak disse que a chegada dos novos caças será um salto tecnológico para os militares do país na Europa Central.
“Hoje, através da assinatura do acordo de compra do F-35, a força aérea está entrando em uma nova fase de seu desenvolvimento”, afirmou o ministro.
O acordo firmado entre os EUA e a Polônia não inclui nenhum tipo de compensação industrial ou transferência de tecnologia. O governo polonês ressaltou que essa decisão ajudou o país a reduzir o preço final dos caças. Em setembro do ano passado, o Departamento de Estado dos EUA aprovou a venda das aeronaves por um preço máximo de US$ 6,5 bilhões.
“O acordo prevê a entrega de 32 aeronaves multifuncionais junto com um pacote de treinamento e logística”, afirmou o ministério polonês em comunicado. A entrega das aeronaves está prevista para começar em 2024.
A Polônia vinha negociando com os EUA a compra dos F-35 desde maio de 2019. O objetivo do país com a aquisição é substituir seus antigos caças MiG-29 e Su-22 de fabricação russa. A força aérea polonesa também opera caças Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon.
A Polônia tem aumentado constantemente seus gastos com defesa nos últimos anos, em parte devido às preocupações após a incursão militar da Rússia na região da Crimeia, que até 2014 fazia parte do território da Ucrânia.
Com este novo anúncio, a Polônia agora é a 12° nação que confirma a compra do F-35. Outros países que já adquiriram o caça de quinta geração são EUA, Austrália, Israel, Itália, Japão, Holanda, Noruega, Coreia do Sul e Reino Unido. Bélgica e Dinamarca têm planos de comprar o jato, enquanto Cingapura está em fase inicial de negociação. O Canadá também participa do desenvolvimento da aeronave, mas ainda não tem intenção de comprá-lo. Já a Turquia foi expulsa do programa em 2019.
Mais barato que os Gripen do Brasil, porém…
O valor que a Polônia vai pagar na compra de 32 F-35A é mais baixo que o montante que o Brasil vai gastar para adquirir 36 Gripen E da Saab, caça sueco de quarta geração (enquanto o modelo norte-americano está uma geração à frente).
Segundo os termos do acordo selado em 2014 entre o governo brasileiro e a fabricante sueca, os 36 caças Gripen vão custar US$ 5,6 bilhões aos cofres do Brasil, US$ 1 bilhão a menos do que a negociação da Polônia com os EUA.
Diferentemente da Polônia, que apenas vai comprar novas aeronaves, o contrato de compra dos Gripen para a Força Aérea Brasileira (FAB) também inclui um amplo programa de transferência de tecnologia para a indústria nacional, que mais adiante terá o conhecimento e capacidade de produzir a aeronave no Brasil. Já os poloneses serão dependentes da importação.
A força aérea polonesa também precisa se preparar para os altos custos operacionais do F-35A, estimados em cerca de US$ 44.000 (cerca de R$ 188 mil) por hora de voo. A FAB, por outro lado, vai gastar apenas uma fração disso com os Gripen E, que tem um custo por hora em torno de US$ 4.700 (R$ 20.140).
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