A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) atingiu em cheio o porta-aviões nuclear USS Theodore Roosevelt (CVN-71) da Marinha dos EUA. Agências de notícias norte-americanas apontam que ao menos 93 dos mais de 4.800 tripulantes da embarcação testaram positivo para Covid-19.
Uma carta escrita pelo comandante do barco, o capitão Brett Crozier, obtida pelo San Francisco Chronicle, pede uma “ação decisiva” por parte da marinha americana para conter a situação no porta-aviões, que hoje está atracado em Guam, um território insular dos EUA no Oceano Pacífico.
“Não estamos em guerra. Os marinheiros não precisam morrer. Se não agirmos agora, estamos deixando de cuidar adequadamente de nosso bem mais confiável – nossos marinheiros”, escreveu o capitão Crozier.
Segundo a Marinha dos EUA, milhares de marinheiros do USS Theodore Roosevelt estão sendo evacuados em Guam e acomodados em regime de isolamento para evitar mais contágios.
“O plano neste momento é remover o maior número possível de pessoas do Teddy Roosevelt, entendendo que temos de deixar uma certa quantidade de pessoas a bordo para desempenhar as funções normais de vigia que mantêm o navio funcionando”, disse o Contra-Almirante John Menoni, comandante da Marinha dos EUA no Pacífico.
Falando em Washington, o secretário interino da Marinha, Thomas Modly, disse que mais de 1.000 membros da tripulação haviam sido removidos do barco até está quinta-feira (2/4) e que esse número aumentaria para 2.700 em alguns dias e mais depois disso.
Modly ainda ressaltou que é necessário manter cerca de 1.000 tripulantes a bordo do porta-aviões e que a embarcação será submetido a um processo de esterilização completa nos próximos dias. “Não podemos e não removeremos todos os marinheiros do navio”, disse o secretário. “Este navio tem armas, munições, aeronaves caras e uma usina nuclear.”
O primeiro caso de Covid-19 a bordo do USS Theodore Roosevelt foi detectado há duas semanas. No início de março, o barco havia feito uma parada no porto de Da Nang, no Vietnã. A Marinha dos EUA, porém, não sabe dizer como o coronavírus entrou na embarcação.
“Compreender exatamente quem é o paciente zero (a bordo do porta-aviões) provavelmente será uma tarefa impossível”, disse o secretário interino da marinha norte-americana.