Próximo cliente da aeronave multimissão C-390 Millennium, a Força Aérea Portuguesa (FAP) pode adquirir mais um produto militar da Embraer. De acordo com o site espanhol Infodefensa, Portugal está negociando com a fabricante brasileira a compra de 10 aviões de ataque leve Super Tucano.
Segundo a página, o turboélice brasileiro é sugerido na FAP como um substituto dos antigos jatos de treinamento AlphaJet, desativados em 2018. A publicação ainda aponta que os Super Tucanos com bandeira de Portugal também poderiam ser empregados em missões da ONU no exterior.
Se a venda for adiante, Portugal se tornará o primeiro operador do Super Tucano entre os membros da OTAN. Em contato com o Airway, a Embraer informou que não comenta possibilidade de negócios.
Caso realmente avance na compra dos Super Tucanos, a FAP não vai ter tanto trabalho com a manutenção das aeronaves. Empresa portuguesa controlada pela Embraer, a OGMA é habilitada para realizar processos de reparo e suporte nos aviões da fabricante brasileira, entre outros modelos militares e civis de diversos fabricantes – a OGMA também produz aeroestruturas e componentes para aviões e helicópteros de diferentes fabricantes, incluindo itens críticos do Embraer C-390.
Super Tucano ainda não emplacou na Europa
Aeronave militar mais vendida pela Embraer nos últimos anos, o Super Tucano está espalhado por forças aéreas em quase todos os continentes, disponível em 15 países. A Europa, no entanto, ainda é um território inexplorado pelo turboélice fabricado no Brasil. Mas isso pode mudar em breve.
Em agosto do ano passado, a força aérea da Ucrânia confirmou seu interesse no Super Tucano e sugeriu o modelo da Embraer como opção para reequipar a frota de aviões de treinamento avançado, substituindo os antigos jatos L-39 Albatroz fabricados na Checoslováquia.
Treinador/Ataque
Com mais de 200 unidades produzidas desde 2003, o Super Tucano tem hoje uma posição de destaque no mercado bélico. O modelo projetado no Brasil é considerado um dos mais avançados do mundo na categoria dos aviões de ataque leve e foi provado em combate com sucesso.
O avião da Embraer também é apreciado na função de treinamento avançado de aviadores, servindo como uma ponte na transição para caças supersônicos. Por ser um turboélice, o Super Tucano oferece custos mais baixos com manutenção e combustível comparado aos jatos leves empregados em voos de adestramentos.
Projeto que serviu de base para o A-29, o Embraer Tucano foi um importante avião de treinamento das forças aéreas mais poderosas da Europa, empregado na França e no Reino Unido (que operou a versão “Short Tucano” produzida pela Short Brothers na Irlanda do Norte).
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