O governo do México forneceu um dado bastante raro no mercado de aeronaves comerciais, o valor real do acordo que a Mexicana de Aviación celebrou com a Embraer para adquirir 20 jatos E2, de nova geração.
Segundo Jorge Vega, que está à frente da divisão do governo que controla a companhia aérea estatal relançada em 2023, as 20 aeronaves custaram US$ 750 milhões, ou quase R$ 4 bilhões numa conversão direta.
Fram adquiridos 10 E190-E2 e 10 E195-E2, o que sugere um preço unitário de cerca de US$ 37,5 milhões. Como os dois aviões têm capacidades diferentes, pode se afirmar que a Mexicana pagará cerca de US$ 35 milhões pelo E190-E2 e US$ 40 milhões pelo E195-E2.
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Os valores significam um desconto de mais de 50% nos preços de tabela informados pela Embraer. A fabricante brasileira vez ou outra cita em seus comunicados de impresa um valor simbólico de alguns acordos, como ocorreu recentemente com a Royal Jordanian.
A empresa aérea de bandeira da Jordânia fechou um pedido de quatro E190-E2 e quatro E195-E2 em 2023, sendo que apenas dois deles foram adquiridos de fato – os demais serão arrendados pela Azorra dos quais dois já foram entregues.
O pacote foi avaliado pela Embraer em US$ 635 milhões em preços de tabela, ou US$ 79,4 milhões por aeronave em média (lembrando que ela também pagou um pouco mais pelos E195-E2, de maior capacidade).
Utilizando essa média no pedido da Mexicana, a Embraer teria fechado um acordo teórico de quase US$ 1,6 bilhão (R$ 8,5 bilhões) com a transportadora estatal.
Praxe do mercado é dar desconto de 50%
Se for esse o caso, o desconto final girou em torno de 53%. Uma pechincha ou um valor realista para uma aeronave nova e de última geração?
Difícil afirmar com absoluta certeza já que não é praxe entre fabricantes, companhias aéreas e arrendadores revelar detalhes de suas negociações.
Mas o entendimento geral no mercado é que os descontos giram em torno de 50%, embora cada negócio fechado tenha suas peculiaridades e o tamanho do pedido faça uma grande diferença no preço final.
O site AirInsight apontou em 2016 que um widebody A330-200 poderia ter um desconto médio de quase 63% enquanto os E-Jets de primeira geração da Embraer eram vendidos por preços em torno de dois terços dos valores de tabela.
Ryanair, a “rainha” dos descontos
No ano passado, o consultor Robert Boyle, da GridPoint, fez um interessante exercício para estimar quanto a companhia aérea de baixo custo Ryanair pagou por seus Boeing 737.
Segundo ele, um acordo de 2005 para jatos 737-800 teria custado cerca de US$ 27 milhões por aeronave, com um desconto teórico de 62% sobre o preço de tabela.
Em outra grande encomenda de 737-800 em 2013, a transportadora irlandesa teria conseguido um valor ainda melhor, de 65% menor que o preço de tabela.
Já na aquisição do 737 MAX 8-200 em 2022, a Ryanair pode ter pago US$ 38,8 milhões por aeronave, ou 69% menos do que os hipotéticos US$ 125 milhões informados pela Boeing.
Novo pedido impulsiona carteira da Embraer
Empresas como a Ryanair e arrendadores certamente conseguem descontos polpudos em virtude do volume de pedidos, o que não é o caso da Mexicana de Aviación.
Por outro lado, a Embraer está numa fase de vendas da nova família E2 em que é preciso preencher os slots de produção e assim amortizar os pesados investimentos na nova série de aeronaves comerciais.
Com o acordo com a empresa mexicana, a família E2 deverá atingir ao menos 326 pedidos firmes, um número importante mas muito distante ainda dos mais de 1.900 E-Jets de primeira geração encomendados.
Vendo por esse ângulo, os US$ 750 milhões a serem pagos pela Mexicana de Aviación parecem um bom negócio.
A recente vitória da Presidenta do México beneficiou a encomenda da Mexicana com a Embraer(estarmos no segundo maior mercado da América Latina), e o Itamaraty está fazendo sua parte, o Brasil voltou ao jogo internacional! Estímulo para lutarmos por encomendas na Índia e África (quem sabe TAAG/South African/Ethiopian/LAM) É importante salientar que é uma VITÓRIA da Diplomacia do Brasil,a mesma prática que Airbus e Boeing usam com suas agências de exportação, de negociações que certamente a Airbus e o A220 foram oferecidos, contudo nosso Embraer E2 supera em muitos aspectos o A220, MOTIVO DE ORGULHO!! e quase perdemos a EMBRAER para a Boeing em 2019, aquele Inelegível (que bateu continência a bandeira dos EUA) daria nossa empresa de ponta por preço de banana ao Trump.
Podem criticar, mais não foi vista nenhuma movimentação daquele ex governo do Lacaio em favor da Embraer, por sinal Paulo Guedes lutou pela destruição da firma, uma venda Medíocre para uma ditadura insignificante de um KC 390 (Hungria).
PARABÉNS EMBRAER, parabéns Itamaraty!
e de estranhar mesmo sem contar que talvez o BNDES entre na intermediação disso,e vale mencionar que a empresa vai enfrentar concorrência pesada ,tomara que não levemos calote
De novo o “especialista” em assuntos aeronáuticos vem dar seu pitaco no assunto sem entender patavina nenhuma de como é o jogo neste mercado, não enxerga mais do que um palmo e acha que só quem tem ideologia canhota sabe administrar. E ainda escreveu 12 longas linhas de um assunto que “só viu na superfície, sem saber o que ocorre nas entrelinhas”. É o que dá quando não se investe em educação, é para deixar o povo cada vez mais ignorante e submisso a governos ideológicos. Nem adianta falar para ir estudar, acham que isso é perda de tempo.