A Airbus entregou nesta quarta-feira (14) o primeiro A321LR, versão de maior alcance do jato de um corredor europeu. A companhia que estreará o modelo é a israelense Arkia Israeli Airlines que fez um leasing de três unidades do jato.
Com o novo A321, a companhia aérea poderá em tese voar de Tel Aviv, onde fica sua sede, para destinos na China, sudeste asiático, toda o continente africano e quase chegar à Natal, no Nordeste do Brasil, tamanho o alcance do avião da Airbus.
Segundo o fabricante, ele é capaz de voar distâncias de até 7.400 km ecomizando cerca de 30% de combustível em relação a concorrentes antigos – a Airbus não diz qual avião. A Arkia voará com uma configuração interna para 220 passageiros em classe única.
O A321LR é uma versão baseada no A321neo mas que pode transportar mais combustível graças a três tanques extras e levar até 240 passageiros – seu peso de decolagem também é maior, de 97 toneladas, quase quatro a mais que o modelo comum.
Com esse desempenho, o Airbus pode voar distâncias transatlânticas graças à autorização ETOPS de 180 minutos – que significa que ele pode voar com apenas um motor em regiões que ficam a três horas de um aeroporto de alternativa. Em testes, o A321LR já voou quase 8,8 mil km, a maior distância já percorrida por um “narrowbody” (avião de corredor único).
A321XLR a caminho?
Os bons resultados obtidos pela Airbus com o A321LR tem colocado em xeque alguns aviões comerciais. Não só o 737, seu maior rival, terá uma versão maior e com bom alcance, o MAX 10, como também alguns jatos de dois corredores estão sob ameaça de perder clientes. A razão é que a capacidade de um A321LR já rivaliza com esse grandes aviões, mas com um custo de operação bem menor. Não é à toa que a Airbus pensa agora em lançar um A321XLR, com autonomia ainda maior.
As novas versões de maior autonomia e com espaço para mais passageiros dos modelos A320 e 737 também aparecem como os substitutos ideias para os veteranos Boeing 757. O jato americano lançado em 1983 foi o primeiro narrow-body bimotor de longo alcance da Boeing, mas teve uma carreira de altos e baixos.
O 757 iniciou seus voos em longos trechos domésticos, sobretudo nos Estados Unidos, e somente mais adiante foi se aventurar em rotas internacionais de menor demanda, incluindo travessias transatlânticas, onde se consolidou, mesmo já fora de linha desde 2004.
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