Em 25 de outubro de 2007, ou seja, quase dez anos atrás, decolava pela primeira vez um Airbus A380 em voo comercial. A companhia que teve a honra de colocar em serviço o maior jato de passageiros da história foi a Singapore Airlines que promoveu um leilão de caridade na época ao vender as passagens para fãs que queriam participar do concorrido voo.
Ironicamente, o primeiro A380 operacional, número de série 3 e registrado com o prefixo 9V-SKA, deixou de voar desde 10 de junho, segundo descobriu o site Flight Global. O gigante está parado num hangar no aeroporto de Changi para ser preparado para devolução ao seu real proprietário, o grupo alemão Dr. Peters, especializado em arrendamento de aviões.
Com ele, outros três A380 também alugados da empresa alemã serão devolvidos pela Singapore, o que não significa que a companhia asiática esteja desistindo do quadrirreator – ela tem encomendas de novas aeronaves que chegarão a partir do final com nova configuração interna. A empresa tem hoje 20 unidades do Airbus de dois andares e está realizando uma atualização interna em 14 deles.
Futuro nebuloso
Quanto ao primeiro A380 a voar e seus irmãos, não se sabe se voltarão ao mercado – a Dr. Peters já admitiu que pode até canibalizar alguns exemplares, vendendo suas partes mais valiosas caso não haja interessados em alugá-los. Os sinais no mercado de transporte aéreo, contudo, são pessimistas para o inovador avião. As encomendas são raras e a Airbus já reduziu a produção por duas vezes, a mais recente para apenas oito unidades em 2019 contra 27 aparelhos nos áureos tempos.
A fabricante européia, no entanto, não desiste de ver futuro no imenso jato. Durante o Salão de Le Bourget deste ano ela apresentou uma versão aprimorada do A380 batizada de A380plus e que incorpora imensos winglets e possui peso de decolagem superior, resultando num alcance ampliado em 555 km.
O problema é que a nova geração de birreatores de longo alcance e média capacidade têm sido mais vantajosos para as companhias aéreas: são mais baratos de operar, voam por mais tempo e bem mais versáteis, criando mais voos diretos entre destinos que antes não podiam ser atendidos.
Como se vê, não é coincidência ver o primeiro A380 perder interesse de seu operador menos de uma década depois da sua tão esperada estreia.
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