Sem verbas para buscar uma nova aeronave de instrução primária, a Força Aérea Brasileira (FAB) decidiu modernizar mais uma vez seus monomotores de treinamento T-25 Universal.
A aeronave, que é usada pela Academia da Força Aérea desde 1971 como treinador básico para os pilotos, está passando por um programa de atualização para o padrão T-25M.
Assim como ocorre com o T-27M Tucano, também o veterano modelo a pistão é modernizado pelo Parque de Material Aeronáutico de Lagoa Santa (PAMA-LS), em Minas Gerais.
Nesta quinta-feira, 5, o primeiro T-25 convertido, de matrícula FAB 1880, realizou o primeiro voo após o processo de reciclagem.
Segundo a FAB, o T-25M incorporou vários equipamentos mais modernos, sobretudo aviônicos como o Sistema de Navegação Global por Satélite (GNSS), o Sistema de Aviso e Percepção de Terreno (TAWS), o STORMSCOPE, para detecção climática e o conhecido sistema ADS-B, que transmite a posição e outros parâmetros de voo.
Duas telas digitais substituíram instrumentos analógicos no painel, que também teve sua estrutura refeita, pesando 50 kg a menos.
Além disso, célula do monomotor foi revisada e atualizada para estender a vida útil da aeronave. A FAB, no entanto, não revelou até quando o T-25 poderá voar após a modernização.
A FAB deve atualizar 38 aviões, segundo revelou a revista Tecnologia e Defesa em junho. O T-25M também estreia um novo esquema de cores que aposenta a clássica pintura usada há várias décadas.
Projeto de Joseph Kovacs, T-25 substituiu o famoso T-6
O T-25 Universal surgiu da necessidade da FAB substituir o antigo treinador North American T-6, com motor radial e que foi desenvolvido durante a Segunda Guerra Mundial.
Nos anos 60, a Aeronáutica foi em busca de uma solução nacional e encontrou a fabricante paulista Neiva como solução.
Das mãos do famoso engenheiro Joseph Kovacs surgiu o protótipo N-621, com linhas limpas, cabine com assentos lado-a-lado e um motor a pistão Lycoming 10-540K de 300 hp.
Com trem triciclo retrátil e capacidade de atingir 275 km/h, o T-25 tornou-se um faz tudo na FAB, servindo até para treinamento avançado enquanto o T-27 não entrava em serviço nos anos 80.
Um total de 140 aviões foram entregues pela Neiva (posteriormente incorporada pela Embraer), dos quais 20 foram modificados para o padrão T-25A, que incluía pontos de fixação de tanques e armamentos leves.
Parte dos monomotores passou por uma modernização em 1990, que incluiu novos equipamentos de navegação e rádio, tornando-se o T-25C.
Além do Brasil, o Universal também foi operado pela Bolívia, Paraguai e Chile.