O primeiro caça Gripen E que está sendo montado no Brasil deverá ser entregue à Força Aérea Brasileira em 2025. A Saab e a Embraer iniciaram a montagem final da aeronave após concluir a fase inicial de produção.
O acordo de venda de 36 caças prevê que 15 deles sejam montados no Brasil como parte da estratégia de transferência de tecnologia. Originalmente seriam completados modelos de dois assentos Gripen F, mas posteriormente a FAB e a Saab mudaram o plano e apenas o monoposto Gripen E será finalizado no país.
Para montar o caça em território nacional, a Saab possui um acordo com a Embraer para utilizar áreas industriais no complexo de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo.
Siga o AIRWAY nas redes: WhatsApp | Telegram | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
Além disso, a empresa sueca utiliza uma pequena filial no Brasil para montagem de aeroestruturas.
Maior parte dos componentes vem do exterior
A despeito da importância com o aprendizado obtido com a montagem de uma aeronave complexa como um caça de combate, o Gripen continua majoritariamente feito na Suécia, de onde os principais componentes são enviados por navio ao Brasil.
É um processo diferente do que a Embraer participou quando foi sócia no programa do jato de ataque AMX, em parceria com as italianas Aeritalia e Aermacchi (atual Leonardo).
Naquela época, a empresa brasileira era responsável por produzir boa parte das aeroestruturas da aeronave, além de ter uma linha de montagem exclusiva para as unidades entregues à FAB.
35 quilômetros de cabos
Em Gavião Peixoto são realizadas a montagem estrutural, com a junção da fuselagem dianteira, a unidade de armamento, a fuselagem central das asas e a fuselagem traseira e também o trabalho de vedação de tanques de combustível, testes de pressão no cockpit e tanques e medições geométricas.
Por fim, o Gripen recebe limpeza, pintura interna e aplicação de um verniz anticorrosivo.
A montagem final compreende a instalação de aproximadamente 35 quilômetros de cabos e 300 metros de tubos. Só então a aeronave começa a tomar forma com a instalação dos aviônicos, da unidade auxiliar de partida (APU), do motor, do rádio, do estabilizador vertical, entre outros componentes.
Por fim o jato supersônico tem o software operacional instalado, passa por testes funcionais e recebe a camuflagem e marcas da Força Aérea.
Com o Gripen pronto, tem início a fase de calibração de sistemas, testes de motor em solo e posteriormente os voos de validação antes do processo de entrega à FAB.
De acordo com a Saab, um segundo Gripen está na reta final de montagem estrutural e um terceiro jato começará a ser montado em julho.
Quando a gente vê essa foto do projeto AMX, a gente entende como a indústria de defesa no Brasil ficou no passado e portanto, hoje estamos distante de outras nações, atrasados, em comparação a nação menores que nós. Imaginem se a indústria aérea de defesa (também) crescesse a partir do AMX? Mas minha esperança é que com o programa Gripen, resolvamos este problema!
Pelo “andar da carruagem”, o lote de 36 Gripen, será totalmente entregue a FAB por volta de 2038, considerando o ritmo otimista de 2 aviões por ano. Se for assim, teremos que continuar na dependência dos F-5, AMX, A-4 e os A-29.
O Brasil precisa voltar a pensar, em ter “capacidade dissuasiva”.