Uma nova página da aviação brasileira está prestes a ser escrita. A Airship do Brasil, fabricante baseada em São Carlos (SP), marcou para a próxima segunda-feira (24) a apresentação e o voo inaugural do ABD-3 X01, o primeiro dirigível tripulado projetado no Brasil e na América Latina.
Segundo comunicado da Airship, a aeronave poderá ser empregada por forças armadas e no mercado civil. O processo de certificação do modelo está programado para ser finalizado em 2018, mesmo ano em que a empresa pretende iniciar sua comercialização.
Como explica a empresa, a versão final do ABD-3 poderá ser aplicada em diversas funções, como treinamento de pilotos de dirigíveis, transporte de passageiros e pequenas cargas, voos de reconhecimento, propagandas, entre outras. O aparelho também pode ser equipado com variados equipamentos, como câmeras de vídeo, radares e holofotes.
Para estas finalidades, a aeronave foi projetada com 49 metros de comprimento e 17 m de altura, com capacidade de carga em torno de 1 tonelada, e espaço para um piloto e até 5 outros ocupantes. Ainda de acordo com a Airship, o motor rende 300 HP (a empresa ainda não divulgou maiores detalhes sobre a motorização) e o dirigível pode voar a 85 km/h.
Empresa pioneira no Brasil
A Airship, formada em 2005, é atualmente uma das seis empresas no mundo que dominam o ciclo completo da tecnologia para construir dirigíveis, o que coloca o Brasil no seleto grupo de apenas cinco países que possuem esse conhecimento.
A companhia iniciou suas atividades com projetos de dirigíveis não tripulados radiocontrolados, os modelos ADB-1 e ABD-2, testados em 2009. A empresa também já desenvolveu balões cativos de vigilância.
Além do desenvolvimento do ABD-3, primeiro modelo tripulado projetado pela companhia de São Carlos, a Airship também trabalha no desenvolvimento do ADB-3-30, um dirigível cargueiro com capacidade de carga para até 30 toneladas.
Flagra em São Carlos
Apesar da empresa anunciar o voo inaugural do ABD-3 para a próxima semana, o modelo já voou. O dirigível vem sendo testado em voo pelo menos desde o final de junho, como mostra o flagra abaixo, registrado próximo às dependências da Airship, em São Carlos.
Nota do editor: Nossos agradecimentos ao leitor Artur Godoy, que flagrou o dirigível da Airship em seus primeiros voos de teste, no final de junho.
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Thiago, o investimento nesse tipo de tecnologia é mesmo necessária: Claro que os avanços podem ser benéficos em diversas áreas como a própria segurança em eventos de grande porte em que se precisa de vigilância mais global, mas ainda assim eu acho que podemos investir em áreas muito mais urgentes como a saúde.