O primeiro avião comercial fabricado inteiramente na China, o Comac ARJ21-700 ‘Xiangfeng’, começou a operar com a companhia aérea chinesa Chengdu Airlines no último domingo (29/11). A estreia do modelo em rotas comerciais aconteceu sete anos após o voo inaugural do ARJ-21-700, que enfrentou um longo processo de testes e desenvolvimento até ser certificado.
O lançamento do Xiangfeng pela companhia foi celebrado com a presença de autoridades governamentais e da indústria aeroespacial chinesa. O primeiro ARJ21-700 realizou um voo de duas horas e meia entre Xangai, onde fica a sede da Comac, até Chengdu Shuangliu, cidade cede da Chengdu Airlines, onde foi recebido com o tradicional “portal” de canhões de água.
A Chengdu Airlines é o cliente-lançador do ARJ21 e no prazo de seis anos vai receber 30 unidades do jato. O aparelho será utilizado principalmente nas chamadas rotas regionais, trechos curtos com baixa demanda de ocupação. O jato chinês, configurado com apenas uma classe, transporta até 90 passageiros – a Chengdu também encomendou modelos com classe econômica e executiva, nos quais a capacidade cai para 78 assentos.
O ARJ21, porém, ainda não vai entrar em operação regular com a companhia. O motivo é a falta de pilotos certificados para voar a aeronaves na China: apenas 10 comandantes têm permissão para voar no jato da Comac. A situação deve ser normalizada em três meses, com a formação de mais profissionais.
Meio chinês, meio americano
O ARJ21-700 é resultado de um antigo contrato assinado entre a McDonnel Douglas e autoridades chinesas, ainda nos anos 1980. Na época, foi negociada uma autorização para montar aeronaves na China, com a transferência de ferramentas, prensas e equipamentos de linha de montagem do antigo jato DC-9, que por sua vez originou o famoso MD-80, um dos aviões mais populares nos aeroportos dos Estados Unidos.
O projeto chinês aproveitou a base do DC-9 e modernizou o interior, os equipamentos de voo e outros sistemas da aeronave, como o trem de pouso e os tanques de combustível.
Segundo dados da Comac, o ARJ21-700 pode alcançar a velocidade máxima de 870 km/h e tem autonomia de até 2.200 km. A empresa ainda está desenvolvendo uma versão de alcance estendido, o ARJ21-700ER, que poderá cobrir uma distância de até 3.700 km.
A fabricante chinesa também trabalha no desenvolvimento de uma versão maior do ARJ21, o ARJ21-900. Esse modelo, com lançamento previsto para 2018, terá a capacidade de passageiros ampliada para 105 passageiros e praticamente o mesmo alcance do ARJ21-700.
Até o momento, a Comac recebeu 315 encomendas pelo ARJ21-700, dos quais 162 pedidos já estão pagos. A maioria dos clientes são companhias aéreas chinesas, mas também há compradores do Laos, Indonesia, Congo, Myanmar e até dos EUA.
A aeronave, por enquanto, tem permissão para voar somente na China, já que foi certificado apenas pela Administração de Aviação Civil da China (CAAC) para rotas domésticas. O plano da empresa agora é obter as homologações da FAA, nos EUA, e da EASA, na Europa, o que poderá ampliar o mercado da aeronave.
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Seria interessante descobrir a que preço estará no mercado internacional. Seguramente será um player a ser considerado.
Thiago, e quanto aos motores, foram substituídos ou atualizados?
“cede”?
Ha. Uma copia Chinesa de um modelo dos anos 60. Muita sorte para aqueles que voarem nessa coisa.
Mais um concorrente para nossa Embraer. O Brasil que se cuide!