Um dos jatos executivos mais aguardados dos últimos anos, o Pilatus PC-24 recebeu na última semana a certificação operacional das autoridades aeronáuticas FAA, dos Estados Unidos, e EASA, da Europa. Com esse documento, que atesta a aeronavegabilidade da aeronave, a fabricante é liberada para iniciar as entregas do novo modelo aos clientes.
O PC-24 é o primeiro avião com motores a jato desenvolvido pela Pilatus Aicraft, fabricante suíça que tem uma importante presença no mercado de aeronaves utilitárias com o turbo-hélice PC-12. O modelo é fabricado em Stans, na Suíça.
A Pilatus anunciou o lançamento de seu primeiro jato em 2013 e o modelo realizou o voo inaugural em maio de 2015. A empresa suíça, no entanto, já trabalhava no projeto do PC-24 desde 2005. A aeronave concorre no mercado de jatos leves, mesma categoria de aeronaves como o Cessna Citation CJ4 e o Embraer Phenom 300.
O jato suíço, porém, inova ao trazer características de aviões utilitários, como a grande porta de carga na parte traseira da fuselagem e opções de cabine para transportar passageiros e cargas. O PC-24 pode ser configurado para transportar entre quatro e 10 ocupantes. O avião também é certificado para ser operado por um ou dois pilotos.
O programa de testes e certificação do PC-24 foi realizado com três protótipos que somaram juntos 2.205 horas de voo. Segundo a Pilatus, a aeronave foi testada em condições de altas e baixas temperaturas, voou em altitudes e velocidades que não são usuais da aviação e enfrentou testes de estresse estruturais e impactos de pássaros (birdstrikes).
Para evitar concorrência, fabricantes de aviões executivos não costumam divulgar listas de pedidos por suas aeronaves. A Pilatus, por outro lado, colocou a boca no trombone: a fabricante suíça afirma ter 84 encomendas pelo PC-24, das quais 24 unidades serão entregues em 2018. A primeira aeronave será entregue em janeiro a uma empresa de propriedade compartilhada dos Estados Unidos. Cada exemplar do avião custa US$ 8,9 milhões (cerca de R$ 29,3 milhões).
Herança utilitária
Um dos principais objetivos da Pilatus durante o desenvolvimento do PC-24, e também o elemento de maior complexidade e inovação do projeto, foi incorporar parte das características e capacidades do versátil turbo-hélice PC-12 no modelo com motores a jato.
Seguindo essa linha, a fabricante incluiu uma porta de carga no PC-24, praticamente igual a do PC-12, e também projetou a aeronave para operar a partir de pistas não pavimentadas, o que representa um enorme desafio para um avião com motores a jato, mais sensíveis a detritos e poeira.
A promessa da Pilatus de pousar com o PC-24 em pistas de terra, grama ou até de gelo, no entanto, ainda não passou da fase de imagens criadas no computador. A fabricante também adotou a prática de falar pouco sobre essa capacidade da aeronave, que ainda não foi provada.
A performance da aeronave em pistas pavimentas, por outro lado, está entre as melhores da categoria. De acordo com a fabricante suíça, o PC-24 pode pousar e decolar em pistas com apenas 800 metros de comprimento. Também voa bem: alcança velocidade máxima de 815 km/h e tem autonomia de 2.200 km (com peso máximo de 8.005 kg).
Veja mais: Aeroporto de Guarulhos vai ganhar terminal para atender a aviação executiva