Primeiro jato E175-E2 é flagrado na fábrica da Embraer

Menor modelo da nova série E2 deve voar ainda neste ano; estreia comercial é prevista para 2021
O E175-E2 é o único modelo da nova série que ainda não tem pedidos firmes
O E175-E2 é o único modelo da nova série que ainda não tem pedidos firmes

Começaram a circular hoje pelas redes sociais imagens (não autorizadas pela Embraer, diga-se) do primeiro jato E175-E2 sendo movimentado pelo pátio da fábrica da Embraer em São José dos Campos (SP). Está é a primeira vez que a aeronave é flagrada completa, com as asas e motores instalados.

O E175-E2 é o menor modelo da família E2, já disponível nas versões E190-E2 e E195-E2. O jato atualizado tem quase um metro de comprimento a mais que o E175 da primeira geração (32,4 m contra 31,6), o que permite adicionar mais uma fileira de assentos na cabine.

A capacidade do novo jato varia de 80 a 90 passageiros, enquanto o E175 comporta de 76 a 88 ocupantes. Outras novidades no E175-E2 são os motores Pratt & Whitney PW1715G mais eficientes, asas redesenhadas e com maior envergadura e sistema de controle 100% eletrônicos (fly-by-wire).

Segundo a Embraer, o primeiro voo do E175-E2 está previsto para acontecer até o final deste ano, enquanto o processo de certificação deve ser finalizado em 2020, abrindo espaço para estreia comercial da aeronave em 2021.

À espera de pedidos

A despeito dos primeiros modelos da série E2, que juntos somam 168 pedidos firmes, o E175-E2 ainda não recebeu nenhuma encomenda oficial. A Embraer chegou a divulgar uma carta de intenção da companhia norte-americana SkyWest Airlines para adquirir até 100 aeronaves, mas em seguida acabou excluindo essas opções de seu backlog.

Candidato a novo “best-seller” da Embraer, o E175-E2 é projetado para substituir o E175 da primeira geração, o avião comercial de maior sucesso da fabricante brasileira com mais de 800 unidades entregues desde 2005, a maioria para empresas regionais dos EUA.

A introdução da aeronave reformulada nos EUA, porém, depende de alterações na legislação local. Os contratos de sindicatos de pilotos do país contêm uma cláusula que impede companhias regionais de operarem aviões com peso máximo acima de 39.000 kg. O E175 de primeira geração obedece esse limite, diferentemente do novo E175-E2 que excede essa marca em quase 6.000 kg.

A Embraer vem trabalhando no novo jato com a esperança de que a chamada “Cláusula de Escopo” seja aliviada nas negociações contratuais deste ano e no próximo pelos sindicatos das empresas aéreas American Airlines, Delta, United e Alaska. Essas companhias operam a primeira geração do E175 por meio de empresas terceirizadas, como a SkyWest e a Republic Airlines, hoje os maiores clientes das aeronaves da fabricante brasileira.

Apesar do risco de não emplacar o novo jato nos EUA, o CEO da Embraer Aviação Comercial, John Slattery, declarou à imprensa em maio deste ano que vê oportunidades para o E175-E2 fora do mercado norte-americano, especialmente na Ásia.

A limitação imposta pelos sindicatos nos EUA também afetou o projeto MRJ da Mitsubishi Aircraft. Sem esperanças de ver mudanças nas regras, a fabricante japonesa decidiu reformular o programa (agora renomeado como SpaceJet) para adequá-lo ao mercado norte-americano. Apesar das alterações, o modelo específico para a aviação regional norte-americana, o M100 (ex-MRJ70), ainda amarga a falta de pedidos.

Veja mais: Azul recebe primeiro Airbus A321neo do Brasil

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