Após meses de expectativa, a Boeing e a FAA (Federal Aviation Administration) devem iniciar uma campanha de voos de testes de três dias com o 737 MAX nesta segunda-feira, 29, revelou a agência Reuters. Os voos de certificação são considerados o ponto de inflexão na crise que vive a aeronave mais popular da Boeing, proibida de voar desde março de 2019 após dois acidentes que vitimaram 346 pessoas.
Segundo a Reuters, após um briefing de pré-voo de várias horas, a tripulação deverá embarcar no modelo 737 MAX 7, o menor da família e que está equipado com vários sensores e computadores para registrar o voo.
O voo de testes deverá executar manobras que repetem cenários de risco como curvas e subidas acentuadas, pousos e arremetidas em aeroportos próximos à Boeing. Também está previsto o acionamento do MCAS, software que deveria aliviar o esforço dos pilotos em ângulos de ataque pronunciados, mas que apresentou problemas nos dois acidentes.
O objetivo da autoridade de aviação civil dos EUA é comprovar que as modificações na aeronave são suficientemente seguras para impedir que ocorram os mesmos comportamentos vistos nos dois jatos, que apresentaram vibração nos manches, por exemplo.
Há meses, a Boeing acumula centenas de horas em simuladores de voos além de voos com o mesmo 737 MAX 7 que será usado nesta semana. De posse dos dados levantados, o FAA então analisará os resultados para então definir se o avião é seguro e se os novos protocolos de treinamento são capazes de preparar os pilotos.
O novo diretor da FAA, Steve Dickson, um ex-piloto de caça F-15 Eagle, deverá realizar um voo no 737 MAX antes de declará-lo apto para voltar ao serviço comercial.
O fim do pesadelo da Boeing, no entanto, ainda levará alguns meses, possivelmente até setembro. É que o próximo passo envolve preparar centenas de pilotos no mundo para as mudanças implementadas no 737 MAX.
Isso, claro, se o FAA se der por satisfeito com o trabalho da Boeing e que outras autoridades de aviação civil não solicitem modificações extras na aeronave.
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