Primeiro voo do 777X é postergado para 2020

Com prejuízo recorde, Boeing ainda espera entregar primeiro widebody no ano que vem
Projeção do Boeing 777-9 com as cores da Lufthansa
Projeção do Boeing 777-9 com as cores da Lufthansa (Divulgação)
Projeção do Boeing 777-9 com as cores da Lufthansa (Divulgação)

Enquanto lida com os problemas de segurança do 737 MAX, a Boeing postergou mais uma vez o primeiro voo do 777X, nova geração do seu maior widebody bimotor. Antes previsto para o final deste ano, o voo inaugural só ocorrerá no início de 2020, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Apesar do atraso no início dos voos de certificação, a companhia ainda mantém a entrada em serviço para o final de 2020 – as companhias aéreas Emirates Airline e Lufthansa serão as primeiras clientes do 777-9, maior variante do modelo.

Com capacidade para 426 passageiros em duas classes, o 777-9 não tem conseguido muitos clientes até agora. As companhias aéreas têm preferido o 787, com menor capacidade e três variantes.

A aeronave deveria ter voado pela primeira vez no final do semestre, porém, problemas com seu motor, o GE9X, adiaram o cronograma. Maior turbofan já desenvolvido na história, o motor apresentou um problema de durabilidade durante um teste de resistência de certificação de 150 horas e a solução envolverá melhorias na palheta do estator no segundo estágio do compressor de alta pressão. A GE, no entanto, ainda vai precisar de alguns meses para desenvolver e testar as correções.

Prejuízo recorde

O anúncio do atraso no cronograma do 777X foi feito em comunicado sobre os resultados da Boeing no primeiro semestre deste ano. Afetada pelo aterramento do 737 MAX, a fabricante dos EUA teve um prejuízo recorde de quase $ 3 bilhões no segundo trimestre de 2019. Apenas como referência, no mesmo período de 2018, a Boeing havia lucrado $ 2,2 bilhões.

As entregas de jatos comerciais nesse período somaram apenas 90 unidades, uma redução de 54% em relação a 2018. Desses, 42 foram 787, atualmente o modelo mais requisitado da companhia.

Diante da indefinição a respeito da volta do 737 MAX ao serviço, a Boeing cogita inclusive suspender a produção do modelo, que atualmente é fabricado a uma razão de 42 unidades por mês, ante 52 unidades antes do aterramento.

“Este é um momento decisivo para a Boeing e continuamos focados em nossos valores duradouros de segurança, qualidade e integridade em tudo o que fazemos, enquanto trabalhamos para devolver o 737 MAX ao serviço com segurança”, reconheceu o presidente da Boeing, Dennis Muilenburg.

O retorno do 737 MAX ao mercado é esperado há meses, sem uma data prevista ainda. A Boeing afirma já ter concluído e testado as correções no sistema de controle de voo MCAS, cujo mal funcionamento é apontado como a principal causa nos dois acidentes recentes com a aeronave, que deixaram um total de 346 mortos.

O Boeing 777-9 durante sua apresentação aos funcionários da fábrica: atrasos

Veja também: O Boeing 777X e sua inédita e polêmica asa dobrável

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