‘Primo’ do Dassault Mirage, caça Kfir pode ser aposentado na Colômbia em 2022

Força Aérea Colombiana possui a maior frota do mundo de caças Kfir ainda ativos; escolha do substituto ainda é incerta
A Força Aérea Colombiana é o último operador do IAI Kfir
A Força Aérea Colombiana é o último operador do IAI Kfir (facmilitar)

Principal avião de ataque da Força Aérea Colombiana (FAC), os caças IAI Kfir serão retirados de serviço ainda neste ano, segundo informações do Defensa. De acordo com a página, a FAC teria decidido por adiantar a desativação dos jatos devido ao alto custo de manutenção e operação, além da dificuldade de se obter peças de reposição para a frota.

Os Kfir estão em serviço ativo com a FAC desde 2011, embora as aeronaves já tenham quase 40 anos de uso. Os caças foram adquiridos de segunda mão da Força Aérea de Israel. Ao todo, os colombianos compraram 24 aeronaves, sendo que duas foram perdidas em acidentes. O número de unidades em condições operacionais não é conhecido.

A provável aposentadoria dos Kfir colombianos neste momento pode ser considerada precoce. Em 2017, a FAC finalizou o processo de modernização de 22 caças, que receberam sistemas de voo mais avançados que permitem o uso de armamentos de maior alcance e precisão. O processo, executado pela Israel Aircraft Industries, também envolveu a troca dos motores das aeronaves.

Notícias sobre qual aeronave será o substituto dos Kfir da FAC surgem de tempos em tempos na mídia. A imprensa colombiana, por exemplo, já citou o interesse da força aérea em caças Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon de segunda mão. Outra opção seria o Saab Gripen E/F, incluindo a possibilidade de importar os aviões do Brasil. Porém, nenhuma das tratativas ainda foi adiante.

Devido aos dois incidentes, a FAC preparou quatro caças IAI Kfir para lidar com novas invasões (FAC)
A FAC possui 22 caças Kfir na frota; jatos foram modernizados em 2017 (FAC)

Além da Colômbia, que possui a maior frota de jatos Kfir da atualidade, outros países que empregam o modelo são o Sri Lanka e o Equador, que opera a versão da aeronave conhecida como Cheetah – desenvolvida pela empresa sul-africana Atlas (atual Denel). Em Israel, o modelo foi aposentado no fim da década de 1990.

Cópia do Dassault Mirage III

Em 1967, logo após a Guerra dos Seis Dias, Israel enfrentou um embargo de vendas de armas imposto pela França, que era seu tradicional fornecedor de material bélico. Cercado de ameaças e precisando reforçar seu arsenal, o país, por meio da Israel Aerospace Industries (IAI), decidiu desenvolver de forma independente seu próprio caça-bombardeiro.

Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)
Entre as décadas de 1970 e 1980, o Kfir foi o principal caça de Israel (IAF)

O Kfir, que em hebraico significa “leãozinho”, é uma transformação radical (e até mais avançada) do caça francês Dassault Mirage III, que a Força Aérea Brasileira operou até anos atrás. Seu desenvolvimento começou de forma secreta e em várias fases Israel conseguiu desenhos de projetos de sistemas e motores apelando para espionagem.

A aeronave da IAI foi uma das mais letais usadas por Israel em conflitos que aconteceram na década de 1970 e 1980, em especial da Guerra do Yom Kippur, quando os Kfir abateram mais de 100 aviões do Iraque, Síria e Egito, praticamente aniquilando as forças aéreas desses países por quase uma década.

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