Sufocado pela falta de componentes importados, o jato russo Irkut SSJ-100 está sendo totalmente reformulado para contornar essa situação e seguir vivo no mercado. Em declaração à agência TASS, o CEO do grupo estatal Rostec, Sergey Chemezov disse que a produção em série da aeronave na nova versão SSJ-New começará em 2024.
O SSJ-100 e o SSJ-New são basicamente o mesmo avião. A diferença é que o segundo modelo praticamente não possui componentes importados, como anunciou Chemezov.
“Este jato tem um motor [produzido na Rússia], eletrônicos de aviação totalmente [produzidos na Rússia], acessórios [produzidos na Rússia] e o que há de mais importante, uma fuselagem totalmente [produzida na Rússia]. Não há quase nada importado lá”, disse o chefe da Rostec, conglomerado que controla todos os grandes fabricantes de aviões da Rússia.
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Chemezov disse ainda que a certificação do SSJ-New “está quase concluída” e que produção anual será de 20 aviões. O primeiro voo do jato reformulado deve acontecer até o fim deste ano.
Os primeiros clientes confirmados da nova versão do SSJ serão as companhias aéreas russas Aeroflot, com 34 pedidos, e a Aurora, que encomendou oito unidades. As entregas desses aviões devem ocorrer entre 2024 e 2026.
15 anos do SSJ-100
Nesta semana, no dia 19 de maio, o SSJ-100 completou 15 anos de seu voo inaugural. A aeronave projetada originalmente pela Sukhoi e depois transferida ao portfólio da Irkut foi o primeiro esforço da Rússia em projetar um avião comercial após o fim da União Soviética.
O jato russo com capacidade para 100 passageiros compete principalmente no setor de aviação regional, onde reinam os produtos da Embraer e da Bombardier. Porém, em mais de 10 anos de atuação no mercado, o SSJ100 é um fracasso comercial.
Desprezado por companhias aéreas do Ocidente, o SSJ100 encontrou espaço somente em companhias aéreas da Rússia, que adquiriram cerca de 200 exemplares do tipo. A mexicana Interjet foi a única companhia ocidental que apostou no jato russo, mas não teve uma boa experiência. A empresa operou 22 aparelhos de 2012 até 2019, quando ficou sem peças e suporte para manter a frota.