Produção do widebody sino-russo CR929 começa neste ano

Engenheiro-chefe da COMAC diz que a produção do jato de longo alcance CR929 começa neste ano. Aeronave é desenvolvida em parceria com o grupo UAC, da Rússia
Mocape do CR929 apresentado no Zhuhai Airshow, em 2018, na China (UAC)
Mocape do CR929 apresentado no Zhuhai Airshow, em 2018, na China (UAC)

A produção do jato de longo alcance CR929, desenvolvido em conjunto pela China e a Rússia, será iniciada neste ano. O prazo foi divulgado por Yang Zhigang, engenheiro chefe da COMAC, fabricante chinesa que divide o projeto com o grupo United Aircraft Corporation (UAC), da Rússia.

Em entrevista ao jornal chinês Global Times, Zhigang afirmou que o design do CR929 será “congelado” em breve. Isso significa que os projetistas chineses e russos entraram num acordo sobre os parâmetros do projeto, incluindo a formato da fuselagem, os materiais básicos de construção, sistemas operacionais e componentes de diferentes fornecedores.

“Se isso for possível, com certeza esperamos que alguns dos principais sistemas tenham dois ou mais fornecedores”, disse o engenheiro da COMAC. Ele observou que ter múltiplas opções de fornecedores pode garantir a operação contínua da aeronave, estratégia que também é adotada por fabricantes do Ocidente.

De acordo com informações dos sites da COMAC e da UAC, o CR929 é projetado com capacidade para até 440 passageiros e alcance de 12.000 km. É um avião com dimensões e performance comparáveis às do Airbus A330-900neo e o Boeing 787-9 Dreamliner.

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O projeto do widebody sino-russo está em andamento desde 2014. A aeronave é um produto da joint venture formada pela UAC e a COMAC, a China-Russia Commercial Aircraft International Corporation (CRAIC), com sede em Xangai.

1.000 jatos CR929 até 2045

No final do ano passado, o projetista-chefe da COMAC, Chen Yingchun, fez uma previsão bastante otimista sobre o projeto e previu que cerca de mil exemplares do CR929 serão entregues até 2045.

O otimismo vem de estudos que mostram o mercado de jatos de fuselagem larga com uma demanda de 10 mil aeronaves nesse período, sendo que quase 20% desse total virá da China e Rússia.

Apesar do suposto avanço no projeto, o consórcio sino-russo ainda não definiu qual será o motor do CR929, que exige turbofans com faixa de empuxo entre 77.000 e 88.000 libras.

Fornecedores tradicionais do Ocidente oferecem motores nesta classe, como a Rolls-Royce ou a General Electric. A fabricante de motores chinesa AVIC Commercial Aircraft Engines e a russa UEC também estão envolvidas em projetos de turbofans de grande capacidade e cogitam até um projeto unificado.

O primeiro voo do CR929 é programado para meados de 2025, com entrada em serviço prevista até o final desta década. O avião sino-russo ainda não tem pedidos.

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