A Desaer, empresa de São José dos Campos (SP), e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), de Portugal, vão lançar nesta sexta-feira (25), em Evorá, nas instalações do Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT), o programa ATL-100.
O projeto iniciado no Brasil pela Desaer em 2018 ganhou o reforço do CEiiA em maio deste ano, quando as duas partes formaram uma joint-venture. O objetivo do grupo é desenvolver e produzir o ATL-100, uma aeronave bimotor turboélice utilitária de nova geração para aplicação civil e militar, com capacidade para até 19 passageiros ou 2,5 toneladas de carga.
“Com este programa, queremos reforçar de forma definitiva aquele que é o polo aeronáutico nacional em Évora, com o desenvolvimento de um programa completo e inovador que nos permite criar um novo integrador a partir de Portugal, para a industrialização e operação de aeronaves de nova geração”, afirma Miguel Braga, diretor do CEiiA.
Para Roberto Figueiredo, acionista da Desaer, “esta parceria agrega competências complementares do setor aeroespacial de Portugal e do Brasil, além de ser um importante projeto de inovação tecnológica e de criação de emprego em ambos os países”.
O ATL-100 é o primeiro programa aeronáutico completo que será desenvolvido em Portugal. Segundo comunicado do CEiiA, o projeto prevê o envolvimento de mais de 30 empresas e universidade nacionais e internacionais, incluindo instituições ligadas ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
Substituto para o Embraer Bandeirante
Formada por ex-engenheiros da Embraer, a Desaer está instalada na Incubaero, uma incubadora de empresas e projetos aeronáuticos da Fundação Casimiro Montenegro Filho, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
O projeto ATL-100 da Desaer inclui algumas características que aumentam a performance e as possibilidade operacionais da aeronave, como a asa alta e o conjunto de trem de pouso fixo. Esses componentes são ideais para aviões desenvolvidos para exercer trabalhos pesados, como pousar e decolar a partir de pistas semi-preparadas de terra ou grama – ou mesmo locais sem pista alguma.
Na visão da empresa paulista, o ATL-100 tem potencial para substituir os antigos Embraer Bandeirante da Força Aérea Brasileira, aeronaves que devem ser aposentadas até o final desta década. Até lá, se tudo correr como o planejado pela Desaer e seu novo parceiro de Portugal, o novo avião deve estar pronto para ser demonstrado à FAB.
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