Empresa “vizinha” da Embraer em São José dos Campos (SP), a Desaer contará com a ajuda do governo de Portugal para levantar voo com o ATL-100, um avião bimotor turboélice utilitário projetado para atender requisitos civis e militares.
Em maio, a Desaer formou uma joint venture com o CEiiA, o maior centro português de engenharia e desenvolvimento de produtos na área de mobilidade. Segundo o grupo lusitano, a fase de desenvolvimento do ATL-100 deverá durar aproximadamente três anos e o projeto será executado por profissionais portugueses e brasileiros em infraestruturas localizadas em Portugal e no Brasil.
“A parceria com os portugueses vai acelerar o desenvolvimento da aeronave. Nosso plano é concluir a construção do primeiro protótipo do ATL-100 até o final de 2021 e o primeiro voo é programado para 2022”, disse Evandro Filemo, sócio-fundador da Desaer, em contato com o Airway, acrescentando que o voo inaugural da aeronave será executado em Portugal.
O ATL-100 (sigla para “Aeronave de Transporte Ligeira”) terá capacidade para acomodar 19 passageiros ou uma carga útil total de 2,5 toneladas e poderá operar a partir de pistas semi-preparadas e em locais com pouca estrutura. De acordo com a Desaer, o avião com autonomia de 1.600 km é proposto para atender requisitos civis e militares.
Governo brasileiro ignorou o projeto
Candidata a nova estrela da indústria aeronáutica nacional, a Desaer ainda não conseguiu apoio do governo brasileiro. “Tivemos reuniões em Brasília, mas não conseguimos a aprovação de uma linha de crédito para desenvolver o ATL-100 no Brasil”, contou o sócio-fundador da empresa.
Filemo estima que é necessário um investimento de aproximadamente US$ 100 milhões para conduzir o projeto do ATL-100 no Brasil. Com esse capital, o fundador da empresa afirma que poderia erguer uma fábrica no país e bancar o desenvolvimento e testes do avião.
Sem apoio no Brasil, a Desaer pode encontrar ajuda no exterior. Filemo contou à reportagem que recebeu sondagens dos governos de Israel, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e até da China para investir no desenvolvimento do ATL-100, mas não detalhou como poderia ser o modelo de parceria com esses países.
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Não recebeu apoio do Governo Brasileiro para desenvolver um avião que deverá ser o substituto do EMB110P1 Bandeirante!
Inacreditável!!