A companhia Qantas Airways completou nesta quarta-feira (25) o primeiro voo sem escalas de um Airbus A380 entre a Austrália e o Reino Unido. O jato proveniente de Darwin aterrissou nesta manhã no aeroporto de Heathrow, em Londres, após voar por mais de 16 horas e percorrer quase 14.000 km.
Ao completar a longa viagem entre a Austrália e o Reino, o voo QF1 da Qantas atingiu dois marcos na aviação. Além de ser o primeiro serviço sem escalas do A380 entre os dois países, este também foi o primeiro voo comercial sem escalas entre Darwin e Londres.
O voo de retorno, QF2, está marcado para hoje a noite, com conexão em Darwin e destino final em Sydney. Segundo a companhia, esse itinerário nos voos de volta para Austrália terá curta duração. A Qantas vai suspender todos os seus voos internacionais na próxima semana devido a pandemia do novo coronavírus.
O A380 da Qantas operado no voo entre Darwin e Londres foi um dos raros “superjumbos” que voaram nos últimos dois dias. Na terça-feira (24), apenas oito aeronaves do tipo decolaram, entre eles o aparelho da empresa australiana que pousou hoje em Londres, segundo dados do FlightRadar24.
Com a demanda de voos arrasada pela crise do coronavírus, a Qantas já parou oito de seus 10 modelos A380, movimento que vem sendo acompanhado por todos os operadores da aeronave, entre Lufthansa, Air France e Emirates Airline.
Voos mais longos do mundo suspensos
A pandemia de Covid-19 atrasou os planos da Qantas Airways de continuar o projeto Sunrise, no qual estuda a implementação dos que podem ser os voos mais longos do mundo no futuro. A companhia planeja conectar cidades da Austrália com Londres e Nova York em viagens sem escalas.
Em outubro de 2019, a empresa australiana iniciou os primeiros testes de voo com poucos ocupantes (parte deles voluntários) no trecho entre Sydney e Nova York, separadas por mais de 16.000 km. Os ensaios iniciais foram realizados com jatos Boeing 787-9 e os passageiros e tripulantes foram monitorados por equipes médicas durante a viagem para avaliar os efeitos do longo período de confinamento na cabine do avião.
A iniciativa da empresa também gerou uma corrida entre a Airbus e a Boeing para oferecer a aeronave mais adequada para as rotas ultra longas da Qantas, algo que ainda não existe (não com capacidade máxima de passageiros). Por hora, o A350-1000 é o preferido da companhia, mas o jato ainda precisa ser adaptado para os trechos.
Com a demanda de transporte aéreo arrasada pela crise do Covid-19, além das incertezas sobre a normalização da situação de emergência mundial, a introdução dos voos ultra longos da Qantas ou de qualquer outra companhia aérea não deve acontecer tão cedo ou tarde.
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