A Qantas anunciou nesta sexta-feira (13) que, após avaliar os jatos 777X e A350-1000, selecionou o Airbus como aeronave “preferida” em seu projeto Sunrise, que prevê voos de ultra longo alcance ligando cidades da Austrália a destinos como Nova York e Londres sem escalas.
A companhia aérea australiana, no entanto, deixou claro que não se trata ainda de uma encomenda, mas que está trabalhando próxima à Airbus para preparar o contrato de compra de 12 aviões e que será analisado pelo seu comitê executivo até março de 2020.
A Airbus, por sua vez, estendeu o prazo para definir os slots de produção das aeronaves de fevereiro para março a fim de possibilitar que os aviões sejam entregues em 2023, quando a Qantas pretende inaugurar os voos de longo alcance. Para atender aos requisitos da Qantas, a Airbus ampliará a capacidade de combustível do A350-1000 além de elevar seu peso máximo de decolagem.
A decisão de descartar o 777X não foi explicada, mas a Qantas salientou que a confiabilidade dos turbofans Trent XWB, da Rolls Royce, pesou na escolha. O jato da Boeing utiliza o novo motor GE9X que, embora prometa um baixo consumo de combustível, ainda está num estágio de desenvolvimento inicial enquanto o Trent é usado por várias companhias aéreas há bastante tempo.
Último voo de testes
“Entre os voos de pesquisa e o que aprendemos em dois anos voando de Perth para Londres, temos muita confiança em oferecer voos diretos para Nova York e Londres, partindo da costa leste da Austrália. O A350 é uma aeronave fantástica e o acordo com a Airbus nos oferece a melhor combinação possível de aspectos comerciais, eficiência de combustível, custo operacional e experiência do cliente”, explicou Alan Joyce, CEO do grupo Qantas.
Para avaliar as condições de saúde de tripulantes e passageiros, a Qantas está realizando voos de testes em aeronaves com restrições de peso. Serão três voos ao todo e o último deles, entre Sydney e Nova York, decolará no dia 17 de dezembro.
A companhia aérea ainda discute com o sindicato de pilotos formas de viabilizar os voos de longo alcance, concedendo três por cento de acréscimo nos salários e oportunidades de promoção para tripulantes dos voos de longo alcance.
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